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Saturday, 28 June 2008

A ANSR diz que...


Na verdade, não sei bem o que eles dizem. Lembram-se de neste post eu ter questionado a ANSR sobre a existência de medidas ou campanhas que visassem aumentar a segurança dos utilizadores mais vulneráveis da via pública, como os scooteristas (e peões e ciclistas)?

A resposta tardou um pouco em chegar. Na verdade, depois de alguma insistência de minha parte, só chegou agora. Levei com um bla bla bla meio político, que parece dizer que não andam a fazer nada, mas andam a pensar nisso:

"Encontrando-se em fase de discussão, a nível interministerial e com o envolvimento de entidades públicas e privadas ligadas ao sector da Segurança Rodoviária, a Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária, plano que irá desenvolver, articular e coordenar todas as medidas e iniciativas a implementar no âmbito dessa temática, é prematuro referir se se irão desenvolver campanhas ou outras acções com enfoque nas questões que nos coloca."


Podemos portanto ficar descansados.

Ou emigrar.

Wednesday, 26 March 2008

Faça o teste

Encontrei isto no Scooter Club Golden Triangle. É um vídeo de uma campanha Inglesa de segurança rodoviária. Justamente o tipo de coisa que nunca se faz por cá. As campanhas não resolvem tudo, mas um pouco de inteligência faz muita diferença. Frases e chavões do tipo "vamos acabar com este drama" é que não me parecem muito eficazes...



Mais informação aqui.

Wednesday, 12 March 2008

Agradecimentos, estatísticas e mais coisas

Antes de mais, os meus agradecimentos a todos os que, aqui e de outras maneiras, me deixaram palavras de incentivo e apoio. O acidente foi há uma semana, ainda não posso trabalhar, mas as coisas parecem lentamente regressar à normalidade. Uma palavra especial ao pessoal do fórum Maxiscooters de Portugal, é bom saber que não estamos sozinhos na estrada, embora no dia-a-dia isto parece 100% entregue ao grande rei-automóvel. Obrigado!

Eu sou daqueles que lêem tudo o que que podem sobre scooters e motociclos, tendo também aprendido com o tempo umas coisas sobre sinistralidade e segurança rodoviária. Posso agora aplicar essas ideias e estatísticas ao meu próprio caso, senão vejamos:

- A maior parte dos acidentes da-se em ambiente urbano, em cruzamentos e intersecções.
- A grande maioria dos acidentes resulta da colisão do motociclo com um automóvel ligeiro de passageiros.
- A maioria (estamos a falar de + 75%) das vezes a culpa pertence ao ligeiro, que não respeita a sinalização existente, as regras de prioridade ou não vê o motociclo.
- Em mais de 90% dos casos, há a registar ferimentos no condutor do motociclo.

O meu caso cumpre com tudo isto, sinto-me uma perfeita estatística! Mas se as coisas são assim, não seria de penalizar o elo mais forte de modo a proteger o mais fraco? Como é possível que seja a mesma coisa (para o culpado) dar um simples "toque" noutro carro ou mandar um motociclista (ou um ciclista!) para o hospital?

Sinceramente acho que se deveria fazer algo, mas é certo e sabido que a maioria enlatada será sempre contra, e de tudo se safam com um "não vi". Nestas coisas, como noutras, não seria má ideia implementar as boas práticas de outras paragens. Dou só dois exemplos: na Holanda é uma coisa muito séria (e fortemente penalizada) atropelar um ciclista, e só assim essa actividade tem a aceitação e os níveis de segurança que apresenta naquele país. Não é só uma questão de haver ou não ciclovias. Em Singapura, que já foi uma terra de "vale tudo menos tirar olhos", como a nossa, em caso de atropelamento de um peão, presume-se que a culpa é sempre do automobilista e as consequências podem ser muito graves. O resultado é uma das mais baixas taxas de fatalidades entre os peões. Como diz o outro, já agora, valia a pena pensar nisto...

Thursday, 14 February 2008

Prevenção Rodoviária Portuguesa

Lembrei-me de ir ao site da PRP ver se encontrava alguma informação sobre motociclos. Cursos de formação, informação sobre segurança, esse tipo de coisa. Tendo em conta o que se vê no dia a dia nas estradas em Portugal, não estava à espera propriamente de encontrar maravilhas neste site, mas mesmo assim fiquei impressionado.

A Prevenção Rodoviária oferece a possibilidade de inscrição em várias acções de formação, sendo que a que me interessou foi naturalmente a de "Aperfeiçoamento de condução de Motociclos". Foi agradável descobrir que tal coisa existe neste país, para além dos cursos privados e dos track days organizados por entidades como a Motociclismo. Mas comecei a desanimar pouco depois, ao encontrar num dos primeiros parágrafos a seguinte pérola de sabedoria: "Os cursos CACM visam essencialmente ajudar os motociclistas portugueses a aceitar que grande parte dos “problemas” com que deparam na via pública derivam de uma generalizada falta de condições técnicas ao nível da condução."

Bom, vamos lá ver. Primeiro fico logo de pé atrás quando me estão a dizer que me querem ajudar a aceitar qualquer coisa, e depois os problemas dos motociclistas portugueses parece que não são realmente problemas, porque estão entre aspas. Será que são coisas menores? E os motociclistas são todos uns choramingas? Enfim, parece então que esses "problemas", coisas sem importância portanto, que encontramos na via pública não são mais que algo que deriva da generalizada falta de condições técnicas... Mas não é das estradas, não é da falta de civismo ou mesmo da reduzida capacidade cerebral dos utilizadores de inúmeros veículos de 4 rodas: não. A culpa é ao nível da condução, ou seja, não importa o que possa acontecer, são os motociclistas que andam mal preparados. E conduzem mal. A culpa é nossa. Onde é que eu já ouvi isto?

Mas não temam, afinal está aqui o curso para resolver o problema da nossa ignorância. Para falar verdade, se eles pensam assim, eu duvido que esta gente tenha alguma coisa para me ensinar, mas lá fui lendo o resto. Já no fim, uma pessoa encontra os preços para estas meritórias acções de formação. A saber: de 150 a 335 Euros, dependendo do cartódromo onde vão ser ministrados. Em troca, além da formação, temos direito a almoço e podemos ir de transportes que a mota para a formação é por conta deles. Isto faz-me lembrar os cursos fornecidos pela Honda. Bom, na verdade, e tanto quanto sei, os preços da Honda até são mais baixos...

Ou seja, a Prevenção Rodoviária Portuguesa, uma instituição de utilidade pública desde 1966, dizem eles, pratica preços puramente comerciais (e caros) em acções de formação, apesar dos subsídios que recebe do estado. Por outro lado, a filosofia reinante na instituição, em relação à problemática dos motociclos em Portugal, parece ser simplesmente a velha e popularucha ideia de que "vocês motards estão sempre a abusar e depois os acidentes acontecem". Será que já ouviram falar de acções de formação gratuitas? Será que sabem alguma coisa sobre a realidade e perigos que rodeiam os utilizadores de duas rodas? Fiquei com muitas dúvidas a esse respeito, e resolvi enviar-lhes um e-mail. Estou à espera da resposta.