Já tinha pensado nisso. Acabou por ser ontem. Por fim fui para a praia de scooter, depois do trabalho.
Ainda no Domingo tinha meditado na utilidade das scooters também neste tipo de utilização. Estava na Praia Grande e vi-me rodeado de motociclos por todos os lados, Vespas modernas, ao lado de Kymcos e Keeways de 50cc aos montes, mais DT’s novas e velhas, umas Maxiscooters (Piaggio X9, MP3, Yamaha Majesty, Suzuki Burgman, etc) e doses muito razoáveis de motas Honda e Yamaha utilitárias. Espalhadas havia também modelos mais aristocráticos: BMWs e desportivas “RR” de origem diversa. Havia também um número muito saudável de bicicletas espalhadas pela praia. Parecia que tinha recuado no tempo, o rácio de coisas de duas rodas/coisas de quatro rodas nunca me pareceu tão equilibrado. Era uma espécie de viagem no tempo, o regresso a um passado não tão distante em que nem todos estavam ainda rendidos à adoração de O Grande Deus-Carro. Os proprietários dos infindáveis enlatados pagavam aliás caro o seu comodismo, com longas esperas tanto para aceder à zona da praia como para conseguir depois de lá sair, com o risco acrescido de levarem uma recordação para casa na forma de mossas e marcas novas na viatura, como me foi comentado e em poucas horas no local pude de facto constatar.
Resolvi pois aproveitar também mais esta vantagem de ter uma scooter e decidi ir para a Costa da Caparica, mais a Marta, a minha namorada, apanhar um pouco de Sol. Achámos que seria mais pitoresco ir de barco e fomos a Belém apanhar o tradicional Cacilheiro. A viagem pela marginal só foi ensombrada pela infeliz presença dos habituais camiões-aceleras. Enfim em Belém descubro que não há ferries para a Trafaria, só os Cacilheiros normais. Mas há, graças às obras que impedem que aportem no Cais do Sodré, ferries para Cacilhas. Assim andámos um pouco para trás e depois compensámos o atraso com um agradável passeio pela margem Sul, quase com sabor a pequena viagem, principalmente porque não conhecíamos aquelas paragens, habituados que estávamos a utilizar a via rápida da Costa, que desta vez decidimos evitar. Passámos no Cristo Rei, vimos umas casas interessantes, zonas de habitação bem tranquilas que nem pareciam estar às portas de Lisboa. Tivemos ainda oportunidade de nos cruzarmos com um scooterista montado numa inconfundível Piaggio MP3, que teve direito a acenos espontâneos de aprovação de parte de nós os dois.
Na praia naturalmente evitámos todas a confusões e arrumámos a Scoopy bem perto do acesso pedonal, onde havia neste caso somente dois outros motociclos. A praia estava cheia, mesmo muito cheia e parecia que onde quer que nos deitássemos ficávamos praticamente ao colo de alguém... Depois, com o pôr do Sol, rumámos ao centro da Caparica, deixámos a scooter em cima de um passeio onde não estorvava ninguém e fomos aos caracóis. Alguns petiscos depois, já tarde, mas ainda na presença de um calor abafado, atravessámos o Tejo pela ponte, tranquilamente, e em pouco mais de vinte minutos estávamos em casa. Nada mau para um dia de semana...