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Monday, 13 September 2010
...
Bem vindo aos restos fossilizados do scooterLog. Aqui pode encontrar mais de 3 anos de relatos das minhas experiências e aventuras aos comandos de várias scooters diferentes. Desde há algum tempo tenho outro projecto que envolve também as duas rodas, mas desta vez sem motor. Infelizmente não tenho tempo para tudo e o ScooterLog não terá mais actualizações. De resto, actualmente nem tenho scooter, mas algo me diz que não será por muito tempo...
Boas curvas, vemo-nos numa estrada por aí!
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Wednesday, 17 February 2010
Scoopy-i?

Uma pesquisa na web para me por a par dos preços e características das actuais Scoopy's vendidas em Portugal trouxe também algumas descobertas. Ao longo dos anos e nos mais variados mercados onde a Honda vende scooters, o nome "Scoopy" tem sido associado a modelos que não correspondem exactamente aquela imagem a que estamos habituados por cá. Um deles parece-me particularmente curioso.
Assim, como sou um tipo com demasiado tempo livre nas mãos, deixo-vos com fotos da Honda Scoopy-i, da Tailândia (penso). Um pequeno passo para um blogger, um grande passo para o scooterismo:



Imagens: Honda
Monday, 26 January 2009
Barcelona, a cidade das duas rodas


Eis-me pois chegado a Barcelona, vindo de uma louca deslocação Lisboa-Porto-Girona que envolveu quase todos os meios de transporte criados pelo homem. Todos menos dois, os meus preferidos, aqueles que ostensivamente agora me entravam pelos olhos adentro: a bicicleta e a scooter!

Mesmo quem nunca tenha estado em Barcelona terá já ouvido falar da sua larga tradição scooterista e motociclista e da sua mais recente paixão pela bicicleta. Tais referencias transformam-se em realidade concreta no centro da bela urbe catalã: filas de pequenos motociclos estão estacionados por todo o lado, em locais próprios, e facilmente se podem encontrar estações de ancoragem das bicicletas de serviço público, o bicing.

Há toda uma dinâmica muito especial no que toca a mobilidade na capital da comunidade autónoma da Catalunha. É tão comum ver pessoas a deslocarem-se em bicicleta como de carro, como de scooter. E todos coabitam os mesmos espaços, com a diferença que por aquelas bandas os automobilistas não praticam os abusos a que estão habituados os congéneres portugueses. Não há carros estacionados em cima dos passeios, a obstruir a passagem. Não há má vontade para com as bicicletas e menos para com as scooters, que são as verdadeiras rainhas da cidade. É normal ver senhoras de salto alto, com a sua mala pendurada da argola no escudo da scooter cruzar tranquilamente as grandes avenidas. Toda a gente anda de scooter, novos, e menos novos, homens e mulheres, de fato ou de fato macaco, em vespas clássicas ou em maxi-scooters de última geração. É um fenómeno que impressiona.

Confrontado com esta realidade, rapidamente conclui que só havia uma maneira de conhecer a cidade. Além de a pé, claro, coisa que também fiz. Não, não seria de scooter, porque as que existem de aluguer não me atraiam, eram caras e não tinha material de protecção comigo. Na verdade, só o facto de existir essa possibilidade é coisa de louvar, mas eu optei pela bicicleta. Estava fascinado com a possibilidade de largar a montada numa "estação", ir visitar alguma coisa a pé e depois apanhar outra bicla para o regresso noutro ponto da cidade. Infelizmente, a bicing é só para utilizadores registados, o que faz sentido, mas invalida o seu uso por turistas. Optei então por uma bicicleta de aluguer, uma pasteleira holandesa contratada a um senhor que me pareceu também holandês, não muito longe da Plaça de Catalunya.

Nesta maravilha de 20kg e três velocidades (na verdade, e durante a maior parte do tempo, duas!) percorri com a Marta a maior parte das zonas de interesse turístico da cidade: andamos pelo porto, subimos a Montjuic ver a vista e conhecer a zona olímpica, descemos para a Praça de Espanha, perdemo-nos pelo centro e rumamos ao Parque Guell. Esta deslocação foi particularmente aventureira uma vez que tão a norte já não há ciclovias nem vias cicláveis, e o desnível do terreno é assinalável. No entanto, não registamos nenhum comportamento agressivo e não apanhamos nenhum susto em todo o percurso.

A pequena câmara digital que levávamos ficou sem bateria numa altura chave, mesmo assim deu para registar uns bonecos das scooters de Barcelona, uma cidade que sabe o que faz em matéria de mobilidade.




Se a scooter é rainha em Barcelona, a rainha das scooters da cidade é a Honda Scoopy. Desde as já ancestrais Scoopys 50 e 100 até à predominante 125/150 e a nova 300, as scooters da Honda são a principal forma de transporte motorizado de Barcelona. E se estes modelos de roda alta são um inegável sucesso de vendas, outros modelos Honda parecem também merecer a preferência dos nativos.




Os responsáveis autárquicos lisboetas não perdiam nada em estudar o exemplo de Barcelona. Infelizmente, a comparação entre as duas cidades, no que toca a mobilidade, faz Lisboa parecer um burgo saído da idade média.
Wednesday, 10 September 2008
Vídeo de Scoopy
Encontrei nas profundezas do YouTube um vídeo "novo". É um spot publicitário da Honda para a SH 125i. É assim um bocado fantasioso e etéreo, mas dá jeito, porque não tenho tido tempo para escrever. Ora apreciem lá isto:
Wednesday, 3 September 2008
Custos & Considerações

Está a fazer precisamente dois anos que circulo por Lisboa de Scoopy. Dois anos desde que deixei de andar regularmente de automóvel e transportes públicos para passar a depender, quase inteiramente, da minha scooter.
É pois chegada a altura de fazer um balanço. O mais fácil é falar de números, por isso começo por dar conta das distâncias e custos totais para estes 2 anos:
Pneus: 2 (125 Euros)
Revisões: 3 (630,22 Euros)Km percorridos: 16.000 km aproximadamente
Seguro (de responsabilidade civil): 2 anos 412 EurosConsumo de combustível (média dos últimos 2000 km): 3,13 l/100 km
Média mensal: 625 km
Média de quilometragem mensal recente: 1000 km
Média de quilometragem mensal recente: 1000 km
Custo mensal gasolina: 30 a 50 Euros
Custo médio mensal global: 100 EurosHá também a reportar um acidente (com ferimentos e despesas médicas na ordem dos 1.500 Euros) que envolveu reparações dos plásticos da Scoopy que ascenderam a 898 Euros.
Avarias: Fiquei sem bateria uma vez, a pobre já andava a dar energia à Scoopy há pelo menos 5 anos. Tive problemas com as suspensões, retentores à frente, amortecedores atrás. Os custos estão incluídos nos totais de manutenção.
É fácil concluir que circular de scooter não é assim tão barato e que envolve grandes perigos. É até demasiado fácil. A verdade é que, se fizerem as contas às despesas reais de um autómovel, como muito bem fez o autor do conhecido blog 100DiasdeBicicletaemLisboa, vão perceber que estes custos até são baixos. E poderiam baixar mais: a minha oficina não é das mais baratas. Se estivesse filiado em algum clube (não estou a falar de bola, mas do Vespa Clube de Lisboa, por exemplo) poderia conseguir aceder a um seguro muito mais em conta.
Sim, é verdade, uma scooter não pode substituir inteiramente um automóvel. Uma scoooter não transporta móveis, bicicletas ou mais de 2 pessoas. Não é possível ir a Guimarães e voltar no mesmo dia de Scoopy! Há condicionantes, deve-se ter em conta a meteorologia (não queiram andar numa estrada nacional no meio de uma tempestade!), evitar andar de noite, planear bem os trajectos, em viagem fazer tiradas mais curtas, por causa do cansaço.
A opção é sua, ou neste caso minha. A vertente prática, o poder estacionar em todo o lado, não perder tempo com o trânsito, mais o factor "fun" aliado a custos reduzidos, para mim não deixam margem para dúvidas. Mesmo os transportes públicos, demorados e mal organizados, não são concorrência. Prueba superada!
Tuesday, 10 June 2008
Venham mais 24000

Depois de 4 dias, a Scoopy ficou pronta. Já aqui relatei as minhas aventuras pedestres e em transportes públicos. Houve depois dias em que me desloquei de enlatado... Não foi bonito. Já não estou acostumado a engarrafamentos, apanhei alguns e ... Foi mau. Muito mau.


Enfim, sobrevivi a tudo isso e tenho a Scoopy de volta. Com 24.000 km, uma correia nova, roletes novos, óleo e filtros novos... Um brinco. Os travões foram afinados e volto a reparar que agora é que ela trava bem. O tambor vai perdendo eficácia e eu só dou por isso quando a scooter vem da revisão.
Como não podia deixar de ser, fui passear e não resisti a mais umas fotos com o brinquedo. Reparem na caixa do filtro de ar: como não está pintada, o plástico está a perder a cor. É pena, ela de resto está tão gira...



Thursday, 5 June 2008
Anti-Scoopy
Enquanto a Scoopy espera na oficina por peças que hão de chegar da Bélgica, fiquem com este vídeo da primeira concorrente séria ao domínio da Honda no segmento das scooters de roda alta. É a Suzuki Sixteen, um esforço respeitável por parte da marca japonesa para chegar ao mesmo patamar da SH 125/150. A scooter está bem conseguída, esteticamente destaca-se e parece estar a anos luz (em termos de qualidade) dos clones chineses da SH que proliferam por essa Europa fora.
Restantes vídeos (II e III) aqui e aqui. Mais informações aqui (em italiano).
Restantes vídeos (II e III) aqui e aqui. Mais informações aqui (em italiano).
Tuesday, 20 May 2008
O Scooterista Hardcore

Desde que voltei a andar de scooter, depois de dois meses parado, não quero outra coisa. Na verdade, até ando a despachar mais quilómetros diários que anteriormente. E a fazer coisas que antes não fazia. Nestas duas semanas, já perdi a conta às molhas que apanhei, às vezes que entrei em vias rápidas e às misturas de ambas as coisas. Não há muito tempo, eu fugia destas duas situações como alguns notáveis da nossa praça fogem à justiça. Agora... Chuva torrencial na CRIL? no problem. Segunda circular à noite e a chover cães e gatos? Tá-se.
Até ver, sem problemas, sem sustos. O enlatado portuga ainda tem muito que se civilizar, mas eu aceito os riscos. Porque vale a pena e há dias em que se ando com um sorriso de orelha a orelha é à conta da Scoopy.
Na Bomba
Hoje de manhã estava a abastecer perto de casa e o homem que estava a encher um furgão do outro lado da bomba diz qualquer coisa como "Isto está bom é para andar de bicicleta", enquanto olha para a Scoopy. Eu olho, também, e tanto quanto me lembro a Scoopy é um bocado diferente de uma bicicleta, mas não comento. Digo-lhe que andar de bicla não é nada mau. Ele deixa-se estar a olhar para a minha Honda, enquanto segura com ar triste na pistola e o valor a pagar pelo combustível do seu Mercedes Vito vai crescendo e crescendo... Eu espero um bocado, e com um sorriso, em jeito de confidência, aplico o golpe de misericórdia:
-Gasta 3 litros aos cem...
Saturday, 10 May 2008
I'm back, baby!


Hoje fiz trinta e poucos quilómetros, só um passeiozinho até ao Parque das Nações, para desenferrujar. A Scoopy está uma maravilha, pegou à primeira, depois de 3 semanas parada. Depois engasgou-se, mas à terceira lá se aguentou. Os travões foram afinados e estão mesmo no ponto. Aquilo soube muito bem!
O tempo estava instável e havia mais enlatados que o desejado, mas mesmo assim deu para sentir o vento na cara e aquela sensação de liberdade... vocês sabem do que estou a falar!
Monday, 21 April 2008
Scoopy Rides Again


Aqui estou eu com o meu recente aspecto de ermitão, à porta da Santomar em Alfragide. (Ermitão, cego... e coxo!)
A Marta, habitual pendura, fez o gosto ao punho e tratou de trazer a Scoopy para casa, em grande estilo. Esteve um dia excelente! Do carro de apoio, livre de conduzir, eu fui fazendo umas fotos.
Quase em casa!
Estão a olhar para onde??
Agora, mais um par de dias e espero ficar também eu operacional, e sem nada torto. O gesso será retirado na quarta e o raio-x ditará a sua sentença. Façam figas!
Thursday, 27 March 2008
A nova Vespa?

Não, não estou a falar de nenhum novo modelo da Piaggio. Refiro-me ao facto de a Honda SH ser hoje tão popular e comercialmente tão dominante em alguns mercados que se poderia dizer que é a "nova vespa".
Blasfémia!! gritarão alguns.
Pois. Mas esqueçam só por um momento questões históricas e considerações estéticas. Não que eu ache tais coisas menos importantes, mas vamos focar-nos noutros factores: a mera predominância do bicho, nas ruas de Roma ou Barcelona. As estradas de Italia, só para citar o exemplo mais interessante, estão cheias de Hondas SH! E algumas (muitas) cópias baratas. É a scooter por excelência dos nossos tempos.
Todos os modelos recentes da saga SH foram desenhados e fabricados em Itália.
Façam uma pesquisa no You Tube e tentem contar o número de vídeos com pessoal a fazer macacadas com SH's.
É um modelo que apela a toda a gente, pessoal que quer somente um veículo utilitário, pessoal que artilha a sua SH, muitas mulheres (eu comprei a minha a uma amiga), malta que faz corridas de SH! Enfim, há um sem número de semelhanças curiosas entre este modelo e as vespas clássicas do passado, para lá da dominância no mercado.
Mas para quem não gosta da comparação, há mais um dado a apontar. E essa questão é que me fez escrever o artigo: os clubes! Sim, tal como os clubes de scooters clássicas a que estamos habituados, há agora clubes de Honda SH. Eu diria que isso já é alguma coisa. Que alguém queira ir à net falar da sua scooter com outros proprietários do mesmo modelo e que queira alinhar em passeios ao fim de semana, é algo bem diferente de ser "só" o proprietário de um veiculo prático e económico. Pode não ter o glamour, o carisma de outros modelos, mas a Scoopy já não será só mais um "aspirador"...
Tuesday, 22 January 2008
Scoopy review

Bom, a Honda SH 125, conhecida como "Scoopy" (embora esse nome não surja em nenhum lugar da mota) é uma scooter de roda alta muito popular em países do Sul da Europa, como Espanha e Itália, onde domina o top de vendas há anos, mas não tanto aqui em Portugal. Segue o esquema típico destes veículos, com rodas de 16 polegadas à frente e atrás, um motor enérgico para os seus 125 centímetros cúbicos de cilindrada, que no meu modelo de 2001 são servidos por um carburador. Não tem "ar", ou seja, tem mistura automática e tudo o que o condutor tem que manusear são o acelerador e os travões.
Dispondo de 13 cavalos, mais coisa menos coisa, a Scoopy consegue arrancar à frente do trânsito nos semáforos (a maior parte das vezes). Em cidade, mantêm sempre fôlego mais que suficiente para que eu me sinta seguro, mesmo a subir, ou nas grandes avenidas, onde ninguém parece cumprir os limites de velocidade. No entanto, as vias rápidas que nasceram em Lisboa um pouco por toda a parte trazem já problemas sérios, uma vez que nem sempre é possível manter-mo-nos ao ritmo (louco) do trânsito. Eu evito circular por estas vias sempre que posso.

Mesmo assim, as performances são muito razoáveis, a Scoopy arranca sem esforço e notavelmente depressa até aos 40-50 km/h, circula sem esforço a mais de 70 km/h e chega supostamente aos 105 km/h, embora na minha mão só tenha chegado aos 100. Não costumo forçar essas velocidades com frequência: eu meço quase um metro e noventa e ofereço muita resistência aerodinâmica, além de que a partir dos oitenta nota-se que o motor já vai em esforço. Digo isto pelo som, uma vez que a Scoopy não tem naturalmente conta rotações, embora disponha de um agradável mostrador com velocímetro, indicador de temperatura e indicador de combustível, sem luz de reserva. Possui ainda um relógio digital e um conta quilómetros parcial.


A travagem é só razoável, não muito forte. Isso sim, é bastante segura, fruto da travagem combinada: é quase impossível bloquear qualquer roda, mesmo a de trás! Circulando por Lisboa, as rodas grandes fazem notar as suas vantagens, uma vez que as inúmeras irregularidades e buracos de Lisboa são ultrapassados quase sempre sem problemas, embora com algum desconforto provocado sobretudo por abanões e sacudidelas de alguns plásticos. Isso pode ser um problema específico desta unidade, uma vez que ela já tinha tido algumas quedas antes de eu a comprar...

Em termos de aspectos práticos, a Scoopy peca pela falta de espaço debaixo do assento, mais uma vez, não é defeito, é feitio, já que isto é um problema comum a quase todas as scooters de roda alta. Lá caberá só um pequeno capacete Jet, mesmo assim a sua utilidade não é negligenciável. Por outro lado, a plataforma plana para os pés, mais um conveniente e muito inteligente gancho e a cómoda grelha porta-bagagens ajudam a transportar cargas na Scoopy.
O passageiro dispõem também de poisa pés retracteis, e para finalizar a lista do equipamento é de referir que a Scoopy tem um muito útil, mesmo que pouco usual, travão de mão, uma pequena palheta que prende a manete esquerda e assim imobiliza as rodas.

Para finalizar, de referir que a Scoopy nunca me deu problemas mecânicos, tive apenas que trocar de bateria uma vez. As revisões são feitas na Honda cada 4000 km e os consumos são muito agradáveis, nunca gastei mais que 8 Euros para encher o depósito, o que se traduz num consumo médio de 3 litros por cada 100 km...
Para mais informações podem consultar os dados técnicos aqui e ler um ensaio do mais recente modelo, aqui (em Francês)
Sunday, 13 January 2008
Scooter..? Porquê? (Parte 2)
Pensei em muitas maneiras de conseguir utilizar a bicicleta como veículo utilitário, mas falhava sempre alguma coisa. Se fosse muito perto, ia a pé. Qualquer coisa acima de 2 km já merecia a pena, mas para distâncias maiores que 12 km havia o factor transpiração, teria que levar roupa para trocar, eventualmente tomar banho. Onde? E depois havia as estradas. Na altura não morava em Lisboa e as principais vias de acesso para mim eram a A5 e a estrada marginal. Nem mesmo a Marginal, com o seu sistema de semáforos (e agora radares) oferece as mínimas condições de segurança a um ciclista.
Ainda penso que a bicicleta é o veículo supremo, ecológico, divertido, uma proeza de engenharia e simplicidade onde somos nós que brilhamos (ou não). Mas eu precisava de outra coisa...
Resolvi experimentar os pequenos motociclos, esses descendentes da moderna bicicleta. Para isso tive de tirar a carta de mota, um desejo muito antigo. No inicio de Setembro de 2006, montado na Yamaha XJ 600N de uma escola da capital, passei no exame. Muito haveria a dizer sobre o ensino de condução em portugal, mas isso fica para uma outra oportunidade. Com a licença na mão, uns dias depois, não tive mais que pegar na fiel Scoopy, que estava já parada à porta de casa. Sim, porque ainda antes de passar no exame de condução já tinha combinado a compra da Honda SH 125 da minha amiga Ana, que trabalhava agora tão longe de casa que a scooter pouco uso tinha.
E porque escolhi a Honda SH, além do preço e a confiança? Bom, para começar sempre tinha admirado o design das scooters, a ideia de esconder as partes móveis e potencialmente sujas da mota, de proteger o condutor parcialmente dos elementos, tudo era mais requintado, tudo nas scooters parecia mais civilizado. E as scooters eram todas motociclos (e ciclomotores) de baixa cilindrada, justamente os únicos que me interessavam. Eu queria simplificar a minha vida, não complica-la. As motos de grande cilindrada consomem tanto como os automóveis e têm uma manutenção igualmente dispendiosa, sem serem nunca mais práticas.
Desde esses começos no final do verão de 2006, deixei de usar e depois vendi o carro. Agora moro em Lisboa, onde a Scoopy repousa sozinha na garagem do prédio. Uso a scooter todos os dias. Com perto de 10.000 km de experiência, já me sinto menos maçarico e já conduzi em todo o tipo de estradas, desde Autoestradas a estradas regionais de montanha. E não me arrependo nem um bocadinho das minhas escolhas.
Friday, 11 January 2008
Scooter..? Porquê? (Parte 1)

Muitas vezes me perguntam as razões desta opção. Não há uma só resposta linear, por isso vou ter que recuar no tempo e fazer um pouco de história...
Há uns anos, eu era um trabalhador aprisionado num escritório algures no centro de Lisboa. A vontade de sair cedo da cama para ir trabalhar não era muita. Havia meses em que comprava o passe (e precisava apanhar um só autocarro para chegar ao trabalho) mas mesmo assim acabava sempre por sair tarde e "ter" que ir de carro para Lisboa. Além do tempo que o percurso me demorava (neste caso era igual ao dos transportes públicos), não havia normalmente lugar onde estacionar o meu Ford. Então eu improvisava, como muitos dos meus colegas, e deixava o carro estacionado na curva, "ligeiramente" em cima da passadeira, ou então tinha sorte e deixava num lugar de parquímetro. Que não pagava. Ou pagava pelo período de tempo máximo permitido, que terminava sempre antes da minha primeira oportunidade de o ir lá reabastecer.
Durante uns tempos, a empresa encarregue dos parquímetros na capital EMEL revelou-se incapaz de processar todas as infracções em tempo útil. Isso equivalia a uma impunidade quase total e recordo um final de ano em que deitei fora mais de 50 multas, que nunca paguei nem me foram cobradas.
Mesmo assim, as multas da policia, essas, revelaram-se pesadas, e algumas vezes o meu carro foi mesmo rebocado. Com o passar do tempo, também a EMEL melhorou a eficácia e mesmo algumas medidas solidárias estabelecidas lá no escritório (um pré-aviso, por telefone, com a colaboração de quem estava à janela, lançava uma pequena multidão de colaboradores pelas escadas abaixo, de moedas em punho) revelaram-se insuficientes para evitar um avalanche de despesas e muito, muito stress.
O problema foi-se agravando, e muitos colegas começaram a levar os transportes públicos a sério. Eu não. Resistia, achava que havia sempre uma maneira de continuar a trazer o carro para Lisboa. Na verdade era cada vez mais complicado arranjar um lugar, por mais ilegítimo e ilegal que fosse. A EMEL começou entretanto a bloquear os carros e depois a reboca-los. Isto trazia-me uma enormidade de problemas e despesas, mas eu não desistia do que achava ser o meu direito! Cada vez mais atrasado, stressado e pobre, resistia. Cheguei a cruzar-me com o meu carro à hora de almoço, eu a caminho do restaurante e ele, em cima de um reboque, a caminho do parque da EMEL. Perdi a conta a este tipo de situações e cada uma custava-me pelo menos 90 Euros.
A determinada altura deixei esse emprego e com ele também se foi o hábito de levar o carro para todo o lado. Comecei a ponderar meios mais saudáveis de me deslocar e optava por andar a pé sempre que possível, de transportes públicos e até de bicicleta. Está última opção era a minha preferida, pois o meu desporto preferido da altura era o BTT. Mas as bicicletas tinham vários inconvenientes práticos, num país como o nosso, e depressa comecei a reparar nas motas...
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