Wednesday, 3 September 2008

Custos & Considerações


Está a fazer precisamente dois anos que circulo por Lisboa de Scoopy. Dois anos desde que deixei de andar regularmente de automóvel e transportes públicos para passar a depender, quase inteiramente, da minha scooter.

É pois chegada a altura de fazer um balanço. O mais fácil é falar de números, por isso começo por dar conta das distâncias e custos totais para estes 2 anos:

Pneus: 2 (125 Euros)
Revisões: 3 (630,22 Euros)
Km percorridos: 16.000 km aproximadamente
Seguro (de responsabilidade civil): 2 anos 412 Euros
Consumo de combustível (média dos últimos 2000 km): 3,13 l/100 km

Média mensal: 625 km
Média de quilometragem mensal recente: 1000 km
Custo mensal gasolina: 30 a 50 Euros
Custo médio mensal global: 100 Euros

Há também a reportar um acidente (com ferimentos e despesas médicas na ordem dos 1.500 Euros) que envolveu reparações dos plásticos da Scoopy que ascenderam a 898 Euros.

Avarias: Fiquei sem bateria uma vez, a pobre já andava a dar energia à Scoopy há pelo menos 5 anos. Tive problemas com as suspensões, retentores à frente, amortecedores atrás. Os custos estão incluídos nos totais de manutenção.

É fácil concluir que circular de scooter não é assim tão barato e que envolve grandes perigos. É até demasiado fácil. A verdade é que, se fizerem as contas às despesas reais de um autómovel, como muito bem fez o autor do conhecido blog 100DiasdeBicicletaemLisboa, vão perceber que estes custos até são baixos. E poderiam baixar mais: a minha oficina não é das mais baratas. Se estivesse filiado em algum clube (não estou a falar de bola, mas do Vespa Clube de Lisboa, por exemplo) poderia conseguir aceder a um seguro muito mais em conta.

Vendo a proporção das despesas da Scoopy comparadas as que tinha com o meu carro, chego a um valor aproximado de 1/3!

Sim, é verdade, uma scooter não pode substituir inteiramente um automóvel. Uma scoooter não transporta móveis, bicicletas ou mais de 2 pessoas. Não é possível ir a Guimarães e voltar no mesmo dia de Scoopy! Há condicionantes, deve-se ter em conta a meteorologia (não queiram andar numa estrada nacional no meio de uma tempestade!), evitar andar de noite, planear bem os trajectos, em viagem fazer tiradas mais curtas, por causa do cansaço.

E sim, há perigos. As nossas estradas ainda estão por civilizar. As scooters são ágeis mas lentas. Muitos automobilistas não compreendem a natureza instável e frágil dos veículos de duas rodas, não respeitam distâncias de segurança, nomeadamente em ultrapassagem. Nos cruzamentos muitas vezes vigora, em lugar das regras de prioridade, as regras da intimidação.

A opção é sua, ou neste caso minha. A vertente prática, o poder estacionar em todo o lado, não perder tempo com o trânsito, mais o factor "fun" aliado a custos reduzidos, para mim não deixam margem para dúvidas. Mesmo os transportes públicos, demorados e mal organizados, não são concorrência. Prueba superada!

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