Thursday, 23 August 2007

Sobram peças!

A verdade é que tenho demasiado tempo livre.

Como os senhores da Santomar não me arranjaram a mota como eu queria, resolvi tratar eu mesmo de resolver o problema da indesejada sinfonia dos plásticos. Eu tinha motivação, eu tinha ferramentas, eu tinha a vantagem de cobrar pouco a mim próprio pela mão de obra. Eu não fazia era ideia de como começar...


Não levei muito tempo a decidir que o painel todo do guiador tinha que sair. Mas para o libertar, tive que tirar também o de baixo... À volta do guiador há um emaranhado de cabos e fios, não sobra muito espaço. Depois de desligar as fichas, não foi difícil perceber o que se passava: além dos 4 parafusos, tudo aquilo é mantido no sítio por uma série de encaixes de plástico, daqueles que dão um estalido... Depois de 20.000 km de ruas esburacadas, e recentemente, muito empedrado, é claro qua alguns dos contactos estavam partidos. Havia folgas impossíveis de arranjar, só trocando a peça toda. Curiosamente, tudo o que era mecânico parecia em muito bom estado, as peças da Honda inspiram confiança. Mas e os plásticos, que fazer? A sinfonia diária andava a dar-me cabo do juízo.


Bom, como não me apetecia desistir, estive a reforçar com fita adesiva (serve para tudo!) o interior da caixa do farol, nos sítios que entravam em contacto com o outro lado (do guiador). Usei também esponja autocolante que se usa para evitar que portas e armários batam onde não devem. Para finalizar, "amarrei" quase literalmente a parte de plástico a uma zona metálica do guiador, através de dois pares de furos que existem debaixo da caixa do farol não sei muito bem para que propósito...



E pronto. Parece (e é!) um trabalho muito amador, mas a verdade é que consegui (duas horas e meia depois) voltar a pôr tudo no sítio, certifiquei-me que as luzes e comandos funcionavam e, tcham tcham: nada de ruídos parasitas! Um silêncio divino para os meus ouvidos!



Infelizmente este trabalho deixou-me também com a ideia de que as scooters, todas elas, estavam condenadas a falecimentos precoces, provocados não pelo inevitável desgaste mecânico, ou pelo normal decorrer de milhares e milhares de quilómetros, mas pela destruição prematura das suas dispendiosas carapaças de plástico. Para dormir descansado, prefiro pensar que não é bem assim, que a minha pobre montada já caiu várias vezes (só uma comigo) e já tem uns aninhos. A minha mãe sempre me disse que é feio generalizar dessa forma.

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