Monday, 14 September 2009
Resultados à vista
Tudo isto dito, não deixam de ser boas noticias.
Wednesday, 26 August 2009
Amarelo ocre para todos!
Talvez por durante anos serem tratados como marginais, os scooteristas e motociclistas lisboetas habituaram-se a arrumar a montada à sua maneira, normalmente bem perto do destino final (literalmente à porta!). Talvez por isso nas minhas deambulações pela capital nestes dias de verão tenha encontrado as scooters e motos nos seus lugares de sempre, em cima do passeio, e estes novos e vistosos lugares... vazios. Espero que a situação se inverta rapidamente, por uma vez a CML parece estar no rumo certo, e merecia que pelo menos fizéssemos uso daquilo que puseram à nossa disposição. Não?
Até à poucas semanas era assim:

Agora é assim.
Friday, 25 July 2008
Na AGIP de Tercena

Bom, algum dia tinha que ser. Normalmente evito os postos de abastecimento que discriminam os motociclistas, o melhor castigo é pelo menos não ficarem com o meu dinheiro. Mas hoje, a combinação de falta de tempo e falta de gasolina revelou-se fatal. Obrigado a uma paragem forçada na bomba da AGIP em Tercena, rapidamente me apercebi da minha insensatez... Este é daqueles postos que tem afixado em todas as bombas a seguinte informação: "Motos pré-pagamento Obrigado". Este texto está gravado em pequenas placas prateadas mandadas fazer para o efeito, não se trata de um simples papel para ali colado. É portando uma discriminação persistente e convicta, não uma coisa temporária resultado de algum abuso.
Outras considerações à parte, é curioso como em Portugal se consegue (facilmente) levar avante estes pequenos atropelos às mais básicas regras de uma democracia. Se a placa dissesse "Ciganos Pré-pagamento Obrigado" ninguém poria em causa a sua ilegalidade, mas, por alguma razão, as motos e as pessoas que as conduzem podem ser discriminadas sem chatices de maior.
Entrei no posto e tive a conversa do costume com o empregado. O homem falava com uma altivez de quem me tinha apanhado a roubar e me tinha frustrado os planos. Explicou que eu poderia atestar se deixasse com ele o bilhete de identidade ou se lhe desse um montante superior ao que imaginava gastar, e após o abastecimento poderia receber a diferença. Não tinha tempo para discussões e meti dez euros. A juntar à festa, o homem não me deu o recibo e quando o exigi, tenho a sensação que ele não o tirou da impressora, mas de algum sítio ao lado, onde já estaria. Provavelmente anda a fazer alguma intrujice, ou a roubar dinheiro da caixa. Enfim, coisas estranhas se passam na bomba da Agip de Tercena. Uma rápida pesquisa na net revelou que não fui o único contemplado com este tratamento, ver por exemplo este caso. Até me parece ser o mesmo empregado.
A AGIP nem site tem para Portugal, e fiquei sem saber a quem reclamar. Se tivesse chamado a policia, já os estou a ver a dizerem-me se eu acho que eles não têm coisas mais importantes para fazer...
Tudo isto me irrita solenemente, tenho que fazer alguma coisa. Há de existir alguma maneira adulta, educada e civilizada de resolver o problema. Para já, gostava de deixar uma mensagem... Aos senhores administradores e trabalhadores do posto de abastecimento da Agip de Tercena: ide comer um cagalhão.
Monday, 7 April 2008
A ANSR diz que sim

Escrevi umas linhas à Autoridade Nacional de Segurança rodoviária, na sequência do meu post Think! Tenho por hábito fazer isso, escrever às instituições sobre as que faço comentários menos positivos. Acho que é justo e dá-lhes a possibilidade de me corrigirem, é uma espécie de direito de resposta. Verdade seja dita, resposta é coisa que quase nunca obtenho.
Não foi assim desta vez. Obtive um rápido comentário deste organismo público, onde me diziam que tinham pleno conhecimento dos problemas que eu estava a focar e que estão a trabalhar para os resolver. Assim, pedi que me esclarecessem sobre medidas ou campanhas, planeadas ou em curso, que visassem aumentar a segurança dos utilizadores mais vulneráveis da via pública.
Espero que essa resposta também chegue e possa aqui falar dela.
Tuesday, 1 April 2008
Think!
Quem circula em Lisboa sobre duas rodas, a maneira civilizada e ecológica de chegar a algum lado, sabe bem os perigos que corre. Não são só os buracos, a má sinalização, as obras na via pública, os carros parados em todo o lado. Os automobilistas circulam em excesso de velocidade permanente. Com excepção das zonas onde existem radares , é “normal” a maioria das pessoas circularem a mais de 70 km/h nas zonas urbanas de limite 40 ou 50 e a mais de 90 nas grandes avenidas, que têm os mesmos limites. Também é absolutamente "normal" usar telemóveis, não sinalizar nenhuma mudança de direcção, ultrapassar ciclomotores a milímetros dos guiadores e simplesmente usar o carro para intimidar os que estiverem menos protegidos (peões e motociclistas), coisa muito corrente, por exemplo em passadeiras e cruzamentos.
Depois, em caso de acidente, presume-se sempre que o motociclista, além de ter ficado em mau estado, é o culpado. Mesmo que toda a lógica indique o contrário, ele será sempre visto como culpado. Porque sim. A mesma coisa para os ciclistas, que só estão “atrapalhar” o trânsito. A maioria é vista como isso, um empecilho. “Se querem fazer desporto, vão para um parque, eu tenho pressa”. Os peões são também normalmente “culpados”, porque não olharam e não tiveram cuidado. Quando morreram recentemente duas senhoras ao atravessar uma passadeira na Praça do Comercio, cortadas ao meio por uma condutora que não parou num sinal vermelho e circulava a mais de 100 km/h, encontrei vários comentários em fóruns automobilísticos na net que culpabilizavam as pobres mulheres, por não terem tomado precauções!
Naturalmente que há diferenças entre não fazer nada (ou fazer isto) e fazer campanhas assim. Existirão muitos outros factores, mas talvez estes vídeos ajudem a explicar os números. E os números, muito simplificados, são estes que se seguem (dados retirados daqui e daqui).
Portugal: 378 automóveis por 1000 habitantes. 125 mortos por milhão de habitantes em 2004
Reino Unido: 538 automóveis por 1000 habitantes. 56 mortos por milhão de habitantes em 2004
Já agora, valia a pena pensar nisto, não?
Monday, 31 March 2008
Viagens
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Esta bela foto é do blog Espiritu Vespa. O seu autor é um vespista ("vespero") Espanhol, que se dedicou a viajar por Castela no inverno passado, cobrindo em nove dias nove diferentes províncias espanholas e cerca de 2000 km. Se estiverem interessados em saber pormenores de logística, custos e mais informações que interessariam a um futuro vespista viajante, dêem um olhada, que vale bem a pena (está em castelhano).
Javier, o autor do relato, conhecido no meio e no Forum Vespania como "Pontedera" é admirador confesso do Argentino Gustavo Cieslar, um aventureiro que se propõem atravessar o mundo na sua Yamaha YBR 125, fabricada no Brasil e conhecida como "Garota". Ele já passou por Portugal, e embora não haja noticias actualizadas já há algum tempo no seu completo site, continua a ser uma referencia entre os aventureiros trota-mundos em baixas cilindradas.
Mais exemplos como estes são facilmente encontrados nesse colosso que é o site Horizons Unlimited. Aqui pode-se encontrar todo o tipo de informação para o motociclista que está a planear uma viagem de longo curso. Há um fórum, uma série de blogs com aventuras de outros viajantes, e muito mais. Enfim, todo um manancial de informação. Naturalmente que a maioria são relatos de pessoas bem abonadas de dinheiro que deram a volta ao mundo numa BMW 1200 GS, com as inevitáveis malinhas de alumínio, punhos aquecidos e GPS. Mas não faltam relatos de quem vendeu a casa para ir viajar, de pessoal que atravessou a Europa numa scooter de 50cc ou a Ásia com um pouco mais de cilindrada.
Na verdade, viajar nunca pareceu tão fácil. Seguir as pisadas do Giorgio Bettinelli é hoje mais uma questão de vontade que outra coisa. Eu pelo menos ando com uma certa comichão de me fazer à estrada...
Thursday, 28 February 2008
Scooters no limbo

Estava eu a divagar, caminhando distraidamente pela zona baixa da cidade, dando tempo ao atendimento de algumas das mais de 100 pessoas que estavam à minha frente na Loja do CidaCão, quando reparo na acção suspeita de um agente da autoridade. Estava ele, como direi, a dedicar inusitada atenção a um pequeno, mas elegante, grupo de scooters estacionadas em cima de um passeio. Uma Yamaha recente, uma pequena vespa LX 50cc e uma MP3 pareciam cativar o Sr. Agente da Policia Municipal, ali bem perto da estação do Rossio. Não resisti a ir ter com ele. Primeiro limitei-me a ficar a olhar para aquilo, bem de perto, depois ele pareceu ficar algo incomodado pela proximidade e seguiu-se este diálogo:
- Bom dia. Desculpe lá, o Sr. está a multar estas scooters, é isso?
- É... (ar ligeiramente desconfiado)
- Pois... é porque estão em cima do passeio..? (eu a dar-lhe uma ajuda...)
- Bom, quer dizer, elas a mim não me incomodam, aliás, não tenho nenhum gosto em multar motas... Mas tem que ser.
- Hum... é que eu também tenho uma scooter e costumo deixá-la assim em cima do passeio, não há mais nenhum sítio onde se possa estacionar! Nos lugares da EMEL(ga) não pode ser e quase não há lugares em Lisboa próprios para motociclos.
- Há, há... então...ali... na rua (não me lembro do nome que ele disse!), por exemplo!
- Pois, e no Saldanha também há lá uma zona nova de estacionamento para motas, mas concretamente, aqui, ou noutro sítio sem lugar especifico para motos, onde é que se poderia estacionar correctamente?
- (Pausa) Ouça, o presidente da câmara quer tudo o que estiver em cima do passeio multado, carros, motas, é indiferente. Isto vem lá de cima! Estas motas a mim não me estorvam, mas tem de ser...
- Então e o que é eu faço?
- Olhe, deixe num sítio de estacionamento proibido, mas não no passeio. É melhor. (o ar dele torna-se mais cúmplice, mais intimista, mas mantém a postura profissional). Numa esquina, assim... num sítio de descargas... É melhor.
Mas eu não lhe disse nada!
Desejei-lhe um bom dia e fui dar um longo passeio. Quando voltei ele ainda estava de volta das três vitimas. E eu pensei, "é pá, mas como é que se deixa a multa numa scooter?" O papel. Onde é que se mete o papel?? Não deve ser fácil. Bom, vejam a foto...

Monday, 25 February 2008
Numa de acenos, cumprimentos e V's
Com o tempo, eu fui ficando com a ideia que os "motards" de pêlo na venta só cumprimentam outros motards "sérios", principalmente se forem da mesma sub-espécie: a malta das RR's só fala a outro RR, a malta das vespas só fala à malta das vespas e por aí fora (consta que o pessoal das Harleys não fala a ninguém, porque têm dinheiro para isso ou que são tão maçaricos que não fazem ideia do que queira dizer o cumprimento). Enfim, nos foruns, quando há estas discussões, vem quase toda a gente dizer que sim, que eles sim cumprimentam todos, sem excepção, e que não se importam se não obtiverem resposta.
A minha experiência neste assunto é muito simples. Ao princípio acenava, principalmente aos outros scooteristas. Acho que o fazia sobretudo por causa da minha experiência com o BTT, que é um meio onde isso só não acontece em provas ou passeios de muita gente. Não custava nada, afinal somos tão poucos, uma pessoa pode fazer muitos km de scooter sem nunca ver um outro veículo de duas rodas, mesmo em Lisboa. A questão é que nunca obtive resposta e com o tempo e a necessidade de concentração, acabei por deixar o assunto de lado. Imaginei que o problema era não fazer parte de uma tribo, as scooters já são raras, a minha então é uma pobre utilitária desconhecida (por cá), e não tem a tão importante imagem de status, necessária neste nosso rectângulo Ibérico. Enfim, habituei-me a ser invisível não só para os enlatados como para os outros utilizadores das duas rodas.
Hoje, na marginal, à saída de Algés, um scooterista, numa pequena scooter "de plástico" de uma marca e modelo desconhecido, cumprimentou-me. Foi uma coisa tão inesperada que quase não tinha tempo de responder. E soube bem. Garanto-vos. Depois de passar o dia a desviar-me de enlatados cegos surdos e malucos, é incrível como um simples gesto ajuda tanto a não te sentires sozinho na estrada. Depois de quase ano e meio, a esperança renasce!
Tuesday, 12 February 2008
Gore-tex & amigos
As características de superior conforto dos equipamentos para motociclistas feitos em materiais têxteis, como o Nylon e o Gore-tex, têm vindo a torná-los progressivamente mais populares. No entanto, convém não esquecer que vestimos essas peças roupa, não por conforto, mas por protecção. E além da protecção dos elementos, elas são também a última linha de defesa em caso de queda... Desde que comprei o casaco Bering (ver aqui) tenho meditado bastante sobre a protecção que ele realmente oferece. E não há forma de saber muito sobre isso. O problema parece ser a falta de standars na industria do vestuário próprio para motociclos.
As homologações CE dizem respeito somente às protecções semi-rígidas e não ao casaco em si. Esse não é homologado. Aliás tinha ficado com a ideia que nenhum era, até que numa das minhas pesquisas pela net, descobri várias coisas sobre o assunto. Primeiro descobri que essa homologação existe, mas quase ninguém a cumpre e as empresas não parecem interessadas nela. Depois, num forum Espanhol encontrei finalmente uma espécie de estudo caseiro sobre a resistência dos materiais têxteis. Está em castelhano, mas garanto que vale mesmo a pena ler.
Monday, 24 December 2007
Feliz Natal!
Feliz Natal a todos!
Sunday, 26 August 2007
Fenómeno Sazonal?
Monday, 13 August 2007
O INEM de Scooter
Já tinha visto as motos a circular por Lisboa. Normalmente são motos de trail, como o caso da foto, ou ocasionalmente sooters, como uma Honda Jazz que já encontrei várias vezes. A scooter japonesa parece-me particularmente adaptada a este trabalho em cidade, é muito manobrável e tem uma imensa capacidade de carga. Estes meios oferecem vantagens óbvias na rapidez da prestação de cuidados urgentes, mas são ainda uma novidade, um projecto experimental.
Hoje tive oportunidade de ver uma destas unidades em acção, mesmo aqui perto de casa. Um indivíduo estava deitado no chão, aparentemente embriagado, mas poderia ser algo mais grave. A unidade de socorro que chegou ao local era constituída por um elemento do INEM, montado numa Yamaha XT 600 com muito bom aspecto. Sem dúvida que estes meios, além da utilidade para o desempenho das suas funções, aumentam a visibilidade dos veículos de duas rodas, perante o público em geral. Pode ser que ajudem a acabar com alguns preconceitos que ainda subsistem por cá contra as scooters, motas e os seus utilizadores.
Para mais informação dêem uma olhada neste artigo do Destak ou neste texto do próprio INEM.