Tuesday, 3 June 2008

Revisões

A Scoopy está de volta à oficina da Honda, desta vez para a revisão dos seus já respeitáveis 24.000 Km. Tinha prometido a mim mesmo que não voltava aquele sítio, mas a falta de alternativas e o pouco tempo disponível para outras soluções tornaram pelo menos mais esta visita inevitável. Já preparei a carteira...

Sem a Scoopy, o dia foi bem diferente. Para pior. Não é só a minha scooter que precisa de uma revisão, há por ai muita coisa a precisar também de ser revista! Logo para começar, fiquei apeado na zona industrial de Alfragide. Tinha pensado que me safava de transportes públicos, mas não foi bem assim. Primeiro, há que referir que toda aquela zona é impiedosa com os peões. Os passeios simplesmente não existem, e onde os há estão automóveis a ocupa-los. Aliás, alguém deveria atribuir um prémio especial para os arquitectos acéfalos por detrás do novo centro comercial Jumbo: eles conseguíram fazer mais um monumento ao grande Deus Automóvel, um edifício totalmente desprovido de acessos pedestres, sem fachada, e sem portas térreas. Quer entrar? Entre pelo parque de estacionamento, a única maneira civilizada, pois então. As zonas relvadas à volta do centro estão marcadas por vários carreiros, prova desnecessária de que ali andam pessoas, seres humanos, sem rodas, que mereciam no mínimo uns palmos de passeio. A câmara municipal naturalmente aprovou de bom grado mais este mono de "Shopping" e sua zona envolvente. Assim continuamos com uma visão urbanística 20 anos atrasada, ou pior, sem visão nenhuma.


Mas voltemos ao meu dia sem a Scoopy. Para sair da bela zona de Alfragide, esperei um bom bocado e apanhei um autocarro da Vimeca, conduzido por um pseudo-Fitipaldi bastante antipático. Paguei pelo bilhete 1.80 Euros, e obtive em troca uma viagem desconfortável (muito por culpa da condução marroquina do motorista), na companhia de miúdos de bairros sociais e quase uma hora de voltas desnecessárias por Carnaxide e Linda-a-Velha. No Alto de Santa Catarina saí, para caminhar o resto do percurso até ao meu emprego, no Dafundo. Como é natural, cheguei tarde ao trabalho. De Scooter teria levado um terço do tempo, ou menos, e chegado confortavelmente a horas.

No regresso, a caminho da fisioterapia, fiz uso do comboio (1.25 Eur) e do Metro (1.20 Eur). Levei uma hora a chegar, mais do dobro do tempo que a Scoopy necessita para cobrir a mesma distância. O conforto é razoável, especialmente no comboio (CP, linha de Cascais) que posso mesmo considerar agradável. Depois, do Hospital para casa, voltei a recorrer ao Metro e ainda tive que caminhar um bom bocado, que é como quem diz mais de 20 minutos. Resumindo, cheguei a casa mais de uma hora depois do habitual. Gastei no total cerca de 5 Euros em transportes, passei o dia a chegar atrasado aos sítios e ainda tive que caminhar bastante. Sinceramente, os transportes públicos fazem todo o sentido, mas os que temos não ameaçam o meio de transporte mais prático de todos, para não dizer divertido... Já sinto a falta da Scoopy!

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