Thursday, 20 December 2007

Nova Soul Lisboeta, os Soulbizness

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Esta semana o Rapaz do Chapéu esteve a conversa com o Rodrigo e o Campos. Eles que estão por detrás dos Soulbizness, uma das bandas revelação deste ano e que promete abanar as coisas com a edição do seu primeiro álbum em 2008. Para quem ainda está a torcer o nariz e só acredita vendo. Avisamos que estes soul brothers estarão no dia 28 no Music Box acompanhados pelos restantes músicos ao vivo.
Uma boa ocasião para testemunhar a celebração soul.


Quando surgiram os Soulbizness e de quem foi a ideia?
Os Soulbizness surgiram há um ano. Eu e o Campos já nos conhecemos há mais tempo e tínhamos vindo a trocar ficheiros através da Internet com ideias um do outro, mas só há um ano é que decidimos encontrarmo-nos pessoalmente para fazer das ideias, músicas concretas, com cabeça tronco e membros. Depois, há sete meses, arranjámos os músicos para começar a ensaiar as canções e poder tocar ao vivo.

Nasceu logo com essa ideia de fusão de soul, funk, pop, com um pouco rock e até gospel?
Suponho que sim, embora nunca tivéssemos falado sobre se íamos fazer soul ou funk ou pop. O Campos está muito virado para a nu-soul embora as referências dele cheguem ao dub, ao dub-step e ao kuduro, e por isso, as ideias que ele me enviava tinham esse reflexo. Eu sou apaixonado pelo rythm and blues, por quase tudo o que era feito nos 70’s e a parte mais suja dos 60’s... tudo o que componho, ou todas as respostas que dava às ideias do Campos também iam nesse sentido... naturalmente.
Suspeito que a pop apareça nas nossas músicas por minha causa, no sentido em que preciso de atar todas as pontas de uma canção. Prefiro fazer coisas objectivas e pouco abstractas... procuro fazer, um verso, um refrão, um bridge, um pré refrão... quando utilizas estas fórmulas acabas com uma canção pop, tenha a sonoridade que tiver! Pode ser que seja só uma fase.

O punk que vocês afirmam como influência reflecte-se mais em algumas letras e em algum espírito do que no som, verdade?
Sim. O punk aparece de várias formas e claro que não é a influência mais óbvia. Aparece nalgumas letras que falam de descontentamento com o emprego e com o estilo de vida generalizado; aparece na energia e aceleração de algumas das nossas canções; aparece na minha voz que é projectada contra o microfone de forma rude e sem cuidado.


Na vossa lista de influências no myspace está lá o Stevie Wonder. Não tens medo que o pessoal menos informado pense que a vossa onda é "I Just Called to Say I Love You"?
Ena pá!? (risos...)... percebo bem a pergunta... mas não posso fazer nada contra isso. O Stevie Wonder é um génio, criou músicas que fazem parte do nosso dia-a-dia e muitas vezes nem fazemos ideia. Há dezenas de canções dele que foram re-gravadas por outros artistas como single: lembro-me assim de repente dos red hot chili peppers com o “Higher Ground”, o Eric Clapton que lançou o “Ain’t Gonna Stand for It”, o “Gangster Paradise” do Coolio, o “Wild Wild West” do Will smith, o “As” do George Michael com a Mary J. Blidge, etc, etc, etc... Mas quer dizer... eu nem preciso de justificar o valor do Stevie Wonder e eu até gosto do “I just Called to Say I Love You”, gostava de conseguir escrever uma canção tão simples e tão bonita como essa, ainda que o tempo e o exagero a tenham remetido para o piroso. Tenho um lado lamechas que também faz com que a minha canção preferida do Paul Weller seja a “You do Something to Me”.

Na minha opinião vocês, dentro de uma determinada onda, conseguem criar um som original, apelativo mas de qualidade, não repetitivo, luminoso. Existem outras bandas portuguesas com que se identifiquem?
Isso são muitos elogios juntos... obrigado.
Há bandas de que gostamos, não percebo bem o alcance da pergunta “banda com que se identifiquem?”... Gostamos muito de Loopless, de Cool Hipnoise, há um projecto novo chamado DUVAL que para quem goste de um nu-soul mais laid back é perfeito... gostamos de Clã, Ornatos Violeta, o Campos é fã de grande parte do hip-hop.

O facto de se assumirem banda "soul" é interessante. Dá-me a impressão de que é quase um manifesto. Ou é apenas impressão minha?
É um manifesto. Mas com as nossas próprias premissas. Apesar da sonoridade ser próxima da soul, posso também valer-me do cliché e dizer que é soul, principalmente porque nos sai da alma e isso é notório nos concertos. Eu digo que uma das coisas mais contraditórias da soul (alma) é que tem carne! É soul porque é transpirado e porque se sente a carne.

A soul dos anos 60´s/70´s continua imbatível. É dificil superar a exelente colheita Soul dos 60 e 70's?
Em Portugal não há essa tradição. No mundo...talvez podes perguntar aos Gnarls Barkley e à Amy Winehouse.

Planos para o primeiro álbum existem?
A vida das editoras não está fácil... Os músicos continuarão a fazer o que lhes compete, que é musica. As editoras é que deixaram de a saber vender. No entanto, os Soulbizness, foram os vencedores do TMN GARAGE SESSIONS 2007 e faz parte do prémio gravar um disco pela EMI. Está agendado para Setembro de 2008. Estamos a contar com isso.

Os concertos ainda foram poucos não é?
Não nos podemos queixar. Eu e o Campos estamos juntos há um ano, mas só reunimos banda para concertos há sete meses. Com eliminatórias do TMN e 11 concertos, são 14 actuações... Em sete meses, dá duas por mês... uma banda sem disco, completamente desconhecida e com cachet. Estamos mesmo contentes e sem nenhum motivo de descontentamento.

Então o que podemos esperar no dia 28 no Music Box? Será uma actuação em grande?
Espero que sim... nós estamos lá para transpirar. A verdade é que dia 28 de Dezembro é um dia assustador... há muita gente fora de Lisboa e a preparar a passagem de ano. Estamos a esforçar-nos bastante para levar pessoas ao concerto. Esta entrevista nesta altura é boa!!! Era óptimo se suscitasse interesse nos visitantes do Blog do Vespa Gang e que viessem ao concerto!!! Texto:O Rapaz do Chapéu

myspace deles aqui.

Soulbizness - AfterXmas

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