Largo de S. Francisco, seis da manhã. Tenho tido sempre a sorte de ter números de equipa baixos, o que apesar de me obrigar a acordar cedo, muito cedo, permite-me viagens mais descansadas e ser sempre dos primeiros a chegar aos vários pontos de encontro no percurso o que é especialmente agradável nos locais de refeições.
Com mais de mil pessoas a viajar a logística é complicada e obriga a uma capacidade de organização muito grande. Algumas filas são inevitáveis, mas assim tenho-me antecipado sempre a elas.
A saída de Faro fez-se de modo simples e logo nos foram mostradas as verdes e frescas colinas algarvias de S.B.Nexe. Rumo a Loulé e Cortelha e rapidamente chegamos à nossa já quase familiar Serra do Caldeirão, feita desta vez em sentido contrário e ao inicio do dia o que a tornou mais agradável de transpor.
Este foi o primeiro ano que percorri o LaL de Sul para Norte o que prometia mais facilidade na travessia do Alentejo não só porque a hora de travessia permitir estar mais fresco, mas também porque neste local costumava estar bem mais cansado.
Foram 13 Km’s de estradões, o mesmo percurso usado pelo Lisboa-Dakar de 2006.
Era aqui dada a primeira alternativa para evitar a terra e as Ribeiras o que mais à frente percebemos ter sido opção para algumas motos novas e cheias de malas sem um grão de pó nas imaculadas jantes.
Comecei aqui a perceber a diferença entre usar a Heinkel ou uma mota vocacionada para estes pisos. Apesar de eu não saber conduzir em todo terreno o que me levaria a uns sustos mais lá para a frente, o não ouvir as suspensões continuamente a bater foi uma agradável melhoria. A menor confiança nesta mota em relação à Heinkel foi uma menos-valia.
A Ribeira de Vasconcilhos estava praticamente seca mal molhando os pneus, mas o Vascão já permitiu lavar um pouco mais o pó. E mesmo o casaco a alguns
Oito da manhã e estávamos no Alentejo. Mértola e Almodôvar, Aljustel e Beringel. Um Alentejo sossegado que nos levava para Cuba mas não sem antes passar por Faro… mas do Alentejo!.
Eram 10:00 da manhã e segundo o Road-Book horas do almoço!
Apenas com 30 minutos e dada a hora, não nos apetecia lá muito almoçar, mas adivinhando que não nos convinha atrasar, lá comemos uma refeição rápida, 5 minutos de descanso e estávamos de volta à estrada rumo a Vila Alva, Vila Ruiva e Alvito.
Entramos no distrito de Évora ao chegar a Viana do Alentejo e ao sair de Alcáçovas cumpriam-mos seis horas de condução. Era meio dia e nós estávamos rigorosamente no horário. Mais uma vez eu e o meu companheiro de equipa, o Vasco, conseguíamos estar sempre em sintonia quer no ritmo de condução quer nas opções de paragem que este ano já foram possíveis graças à mota mais rápida que eu levava. O Vasco é um excelente navegador e a orientação ficava principalmente a seu cargo o que permitiu que nunca nos perdêssemos.
Aproximava-se mais um desafio. A travessia a vau do Rio Almansor!
Esta travessia com pedras e água lisa, mas com corrente e uma mudança de direcção a meio do curso de água não se revelou muito fácil para alguns participantes, mas a minha TransAlp e a Sym do Vasco atravessaram-na sem percalços, mas para alguns as coisas foram um pouco mais complicadas
Já com as motas mais lavadas e com alguma sensação de dever cumprido, avançamos por caminhos de terra e gravilha funda pela Mata do Duque e lanche depois de dar a volta na Monumental de Sto. Estêvão que felizmente estava sem touros lá dentro.
Eram 14:00 e anunciava-se a hora do lanche.
Retemperados seguimos para Benavente por caminhos de gravilha funda, mais manhosa que areia.
Aproximava-se a segunda surpresa do dia. Uma ponte pedonal com uma parte pênsil sobre o Sorraia. Senti-me quase como um Indiana Jones. Após esta travessia o suspiro de alívio teve de esperar que se terminasse um caminho estreitíssimo onde as motas mais largas não passaram sem que a vegetação e alguns ramos mais baixos lhes deixassem um ou dois riscos.
Passamos Vila Franca de Xira a correr sentindo-nos fora do nosso meio preferido e meia hora depois esperava-nos uma estrada de cimento muito íngreme onde as motas mais fracas terminaram com “os bofes de fora”Antes da chegada a Sintra, passagem pelos troços da Lagoa Azul, Peninha e Sintra, com o último controlo no belíssimo Palácio da Pena, antes da chegada ao palanque no Parque de S.Pedro.. Subida ao palanque e fomos para uma magnifica quinta a menos de 4 Km’s onde nos serviram um maravilhoso jantar.
Aqui fomos honrados com a presença de vários nossos amigos do Scooterpt que não resistiram a usar a nossa presença lá como uma boa desculpa para irem ver afinal como era aquilo do LaL. Era ver os olhares de surpresa e admiração perante o desfile de tantas e tão magníficas máquinas. Convencidos? As inscrições para o próximo são em Fevereiro!
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