Sunday, 11 July 2010

Lal 2010 com Scooters por companhia. Dia 5. Etapa 2

Sintra – Rio Maior – Lousã – Porto
Esta noite mal deu para adormecer. Chegados ao hotel cerca das duas da manhã e depois de estacionar as motos no jardim da fantástica casa de turismo de habitação onde ficamos, a She Pine Tree House, às quatro e pouco já o despertador tocava.
Ainda deu para um magnífico pequeno-almoço que nos tinha sido deixado pelos proprietários, antes do Agent, também mal dormido, chegar para nos levar de volta ao palanque. Avizinhavam-se 14 horas de condução com apenas um total de hora e meia de paragens para refeições que nos levariam ao Porto de serra em serra.. A Av. dos Aliados esperava-nos. O que não sabíamos é que essa avenida ia ser talvez a recta mais longa de todo o percurso… ou quase!
Chegamos ao palanque uns 10 minutos atrasados, mas passando à frente da fila arrancamos de imediato.
Por Colares chegamos ao pequeno almoço nas Azenhas do mar ainda o dia mal tinha nascido seguindo pelo Parque Nacional de Sintra-Cascais.


Terrugem levou-nos ao Palácio Nacional de Mafra que tem os maiores sinos do mundo e onde os aposentos do Rei ficavam a 232 metros dos da Rainha!! Desconhecia este sistema anticoncepcional!




Passamos a 5Km do cume da Serra do Socorro em direcção a Vale Benfeito onde chegamos pelas 8:00. Esta região do Oeste era pouco conhecida para mim mas não me vou esquecer dela tão cedo pois fizemos aqui uma descida em terra com regueiro bem profundos que me causaram algumas dificuldades.



Serra acima, desta vez a de Montejunto e as curvas sucedem-se ininterruptamente.
Nunca fui muito artista em curvas, mas o Vasco, motociclista experiente e dado que este ano eu trouxe uma mota mais adequada, resolveu que eu haveria de uma vez por todas de começar a fazer as curvas inclinado… mesmo. Na verdade curvar depressa e inclinado estranha-se de início mas depois torna-se muito confortável contribuindo para uma simbiose perfeita entre a máquina e o piloto. Prova disso foram as botas que chegaram ao Porto aparadas, as duas, e os pneus que apesar de lamacentos nos lados ficaram totalmente arredondados e limpos em toda a área do seu piso. Gostei.



Após uma visita às Marinhas de Sal de Rio Maior, as Serras que se seguiram foram as de Aires e Candeeiros, sendo que fizemos 15 km na cumeada desta última em estradões de terra largos mas com buracos. Fantástica sensação o rolar a esta altitude e neste piso.


Porto de Mós levou-nos para o final do Parque Natural em Alqueidão. Seguimos para Fátima e daí para Ourém por mais uma série interminável de curvas. Em Figueiró dos Vinhos contávamos já com seis horas de etapa… mas ainda faltavam oito!
Sempre a subir até ao ponto mais alto da Serra da Lousã e descida até Candal e Lousã.
Já vai sendo habitual e mais uma vez o meu amigo Paulo Salgado fez questão de me cumprimentar nesta odisseia e apareceu de Heinkel, a caminho de Lisboa, na Lousã a envergar um T-Shirt alusiva à minha primeira participação no LaL, dois anos atrás, com uma Heinkel também. Obrigado Paulo.



Trinta minutos para almoçar e espreitar uma exposição de motos antigas na Pousada da Juventude onde foi servido o almoço. Hoje pelas 13:00h.
Seguimos junto ao Mondego até à sua “Livraria” atravessando o rio na barragem de Mondelim. Mortágua, Serra do Caramulo e S. Pedro do Sul onde nos demos ao luxo de descansar 5 minutos!


Serra da Freita no maciço da Gralheira


e paragem em Vilarinho para o lanche.
A próxima maravilha natural a nos ser apresentada foi a Frecha da Mizarela que é a queda de água mais alta de Portugal. 70 metros onde cai a água do rio Caima!


Curvas e mais curvas até Arouca e depois daí a Castelo de Paiva… curvas! 365 garante o Road-Book. Nunca na minha vida curvei tanto e tantas vezes. Entre os Rios mostrou-nos o Douro e comecei a sentir-me em casa. Era grande a expectativa que tinha de terminar o passeio na minha cidade. Perguntava-me já se a minha família e os meus amigos iam aparecer… Não fiquei desiludido, mas até surpreso. Esta estrada a acompanhar o Douro é-me bem conhecida e apertei um pouco o andamento. A barragem de Crestuma-Lever fez-me adivinhar a proximidade do final e senti o coração mais acelerado.


O Palácio do Freixo e a passagem por baixo de 5 pontes, Freixo, S. João, D. Maria, Infante e Luís I levou-nos à Ribeira do Porto onde não resistimos a uma foto com a filigrana de ferro que é a ponte Luís I em pano de fundo. Estava em casa. Totalmente.



Está quase, quase...

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