Tuesday, 25 May 2010
Habemus Barrotem
Não resisti. Pronto.
A coisa começou de forma bastante inocente. Precisava de comprar um cabo de embraiagem. E um serra cabos, já agora. Fui ao site da Sip informar-me de preços e tal. Lembrei-me que podia fazer a compra do pneu que andava a planear já há uns tempos, para substituir o suplente indiano. Já justificava uma encomendazita. Quem compra pneu, compra também uma câmara nova. E já que vou mexer, que tal este plástico para a roda, sempre fica mais bonito que aquela coisa cinzenta que lá está. Aquilo foi em aumento e dai a pouco tempo, sem saber bem como, estava a comprar um escape novo!
Não, não é o kit xpto com carburador maior e mais não sei o quê. Nem sequer é um "escape de rendimento", é um humilde Sito equivalente ao escape de série Piaggio para as Vespas série P, não catalisadas. Tudo o que fiz foi trocar o escape e trocar o filtro de ar por um também das PX mais antigas. Quer dizer, "tudo o que fiz" não é expressão que corresponda inteiramente ao que aconteceu, afinal eu levei horas naquilo. (Perguntem aos meus vizinhos!) O bricolage é muito bonito, mas nem sempre as coisas acontecem exactamente como estava no exemplo ilustrado que estamos a seguir. Falta sempre uma peça qualquer, há sempre um passo que não é mencionado e que nos imobiliza a obra, as ferramentas que temos nem sempre são as ideais, enfim, requer paciência. Mas os resultados podem ser compensadores. Nem eu imaginava quanto.
Sim, sim, muita gente já fez as alterações que eu estou a descrever e todos falavam em grandes melhorias no comportamento do motor da scooter, mas eu tinha as minhas dúvidas. O mundo está cheio de quem acredite que consegue fazer sozinho, com meia dúzia de euros, num barracão, o que uma equipa de engenheiros mecânicos a trabalhar durante anos num projecto não conseguiu. Eu não sou uma de essas pessoas. Desta vez porem, tenho de dar o braço a torcer. As alterações feitas no escape das LML (e Stella/Primadona/etc...), de modo a cumprir as normas ambientais, foram mais além de uma modificação oportunista para manter a scooter em comercialização. Na verdade, quase tiraram a alma à minha Indiana e às outras como ela. E só me apercebi verdadeiramente disso quando, com o filtro e o escape novo já montado, dei ao kick...
Medo! O facto de ter mexido no parafuso do ralenti, que estava então super-acelerado, também ajudou à festa. Que som! E vibrações. Que sensação de... Potência??! Os primeiros metros rapidamente confirmam essa sensação, as mudanças "rendem" mais, o motor está mais disponível em médias rotações, a Indiana está mais ágil, mais atrevida, de repente estou a fazer... ultrapassagens! Há quanto tempo eu não ultrapassava automóveis que não estivessem parados. Por outro lado, parece que ganhei mais vibrações e a velocidade máxima não parece ter sido beneficiada. Também não era esse o objectivo. Mais tarde tenho que ver se preciso alterar alguma coisa no carburador, mas isso vou deixar para quem sabe.
Repito, uma LML com pneus indianos e escape de origem é uma coisa completamente diferente de uma LML com um escape não catalisado e pneus decentes. Ponto final. Paragrafo.
E agora vem a dolorosa. Não a conta, que essa foi barata (Escape para Honda CN = 400 Eur. Escape para PX/LML = 48 Eur). Falo das consequências ambientais e da perda de garantia. Quanto à segunda, ainda não falei com ninguém, acredito que com as minhas alterações, ainda para mais feitas em casa, venha algum "castigo" (no goog deed goes unpunished). Mas mesmo na pior das hipóteses, fico sem garantia do motor, mas fica a garantia do resto dos componentes, chapa, pintura, sistema eléctrico, etc. Nesses não mexi.
Sobre a questão ambiental, essa sim interessa-me grandemente e foi ela que travou a vontade fazer isto mais cedo. Apesar de ter sempre uma voz tipo Darth Vader a ecoar na cabeça e lembrar-me de como havia muito power se me convertesse ao Dark Side, a verdade é que a ideia de desatar a poluir sem necessidade não me agradava nada. Acabei por concluir que se não procedesse às alterações, acabaria por trocar de scooter, mais por razões práticas que outra coisa. Ora trocar de veículo implica investir num novo, e a produção de um novo veículo é também ela terrivelmente poluidora, pelo menos na origem. Digamos que é um mal menor.
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