Wednesday, 4 February 2009

Mau tempo no canal


Parece que não há maneira de este tempo passar. Chove há mais de duas semanas. Este ano os nossos agricultores não vão pedir subsídios por causa da seca. Mas devem pedir por causa dos estragos causados pelo mau tempo.

Gostaria agora de relatar as minhas heróicas aventuras, enfrentando a estoicamente a intempérie, sobre duas rodas, aos comandos de um pequeno motociclo carroçado.

Mas não é possível.

Primeiro porque não tenho aventuras (nem heróicas nem cobardolas) para narrar. Depois porque a minha CN pode ser tudo menos pequena.

Nem todos os dias tenho ido para o trabalho de scooter: tenho apanhado boleia, fui de carro, até já experimentei o comboio. A CN, no entanto, continua a ser a melhor maneira de chegar a algum lado, mesmo quando chovem cães e gatos. O carro fica preso nos engarrafamentos, a boleia é irregular, a estação do comboio não tem luz e é mais fria que o coração dos tipos que conduzem Mercedes e nunca deixam as motas passar.

Ainda assim, mais de metade das minhas deslocações continuam a ser de scooter, mesmo quando as ondas galgam a Marginal, quando há pedaços de árvores a voar e quando os enlatados insistem em circular demasiado depressa e passam a vida a bater no deprimido engaiolado da frente. Tenho visto de tudo nestes dias de clima mais rigoroso. No entanto, as principais regras se sobrevivência mantêm-se:

- Andar mais devagar e ir AINDA mais atento. Manter distancias de segurança maiores.
- Usar equipamento apropriado: Bom capacete com viseira em bom estado, que não embacie, fato de chuva, luvas resistentes à agua, roupa quente.
- Curvar com mais cautelas, ter atenção ao piso por onde as rodas passam, com especial interesse em manchas, marcas rodoviárias brancas e placas metálicas.

Tudo isto parece óbvio, mas é importante. O meu capacete ARAI (comprado com substancial desconto, da colecção descontinuada de 1997 ou assim) é bastante mais confortável do que aquilo a que eu estava acostumado. A agua escorre da viseira, esta não embacia, e eu consigo ver a estrada. Isso é uma coisa boa. Não tenho apanhado sustos. Já agora, valia a pena pensar nisto.

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