Só boas ideias. Primeiro, alinhei numa caminhada numa manhã de Sábado. O meu fisioterapeuta torceu o nariz, "ainda é muito cedo" dizia, e afinal, para eu ter dores está lá ele! Depois resolvi ir ao passeio de scooter, na minha tentativa de provar que é possível ir a todo o lado gastando, estorvando e poluindo menos. (E tendo pelo caminho um gozo do caraças!)
Foi assim que esta manhã de céu limpo e amenas temperaturas me apanhou a cruzar a marginal de uma ponta à outra, de Santa Apolónia ao Cabo da Roca, cruzando os concelhos de Lisboa, Oeiras, Cascais e Sintra. Foram uns 120 km, mais a caminhada, que realmente foi demais para o meu pé!
Não deixa de impressionar-me como Lisboa tem sempre um trânsito muito intenso, mesmo numa manhã de fim de semana. Só depois de Cascais pude começar a descontrair e gozar os prazeres da estrada aberta. Desta vez, nada de ultrapassagens perigosas nem manobras estranhas por parte de enlatados stressados. A partir do Guincho, a estrada era minha! E que estrada. Não admira que este percurso tenha maravilhado gerações de motociclistas e scooteristas lusitanos. O conjunto de curvas que liga Cascais ao Cabo da Roca, num dia sem trânsito, são qualquer coisa de épico.
A determinada altura dei por mim a entrar demasiado depressa nas curvas. Eu, o super cuidadoso, o supra sumo da segurança rodoviária estava a dar cabo dos travões no final dos troços rectos e a enrolar o punho à saída das curvas, assim que a Scoopy endireitava. O motor andava sempre nas altas rotações e respondia muito bem. Depois os travões começaram a acusar alguma fadiga e eu ganhei juízo. As escarpas e declives que ladeiam as ultimas curvas antes do Cabo da Roca convidam à prudência.
No regresso, fiz paragem no ventoso Guincho, cheio de surfistas como de costume, e numa Cascais já preparada para a época balnear.
Que gozo passar de capacete aberto mesmo ao lado do mar, num sítio cheio de bicicletas, algumas scooters e poucos automóveis, como no centro da vila de Cascais. Por lá encontrei esta prima da Scoopy, uma Honda @ 125, que tem o mesmo motor, a mesma transmissão, mas rodas pequenas e umas roupagens diferentes.
Nada mau para aquilo que por cá se costuma chamar "o passeio dos tristes": a malta agarra no carro ao Sábado ou Domingo e vai dar uma volta pela marginal. A maioria nem chega a sair do enlatado para fazer seja o que for e como são muitos a ter a mesma ideia, é vê-los engarrafados entre Oeiras e Cascais, a passo de caracol, em qualquer fim de semana de bom tempo. O segredo para evitar esta tribo é sair cedo da cama.
Uma última palavra para os muitos ciclistas que vi pelas estradas de que tenho estado a falar. Continua a ser perigoso, continua a haver muita ignorância e desrespeito pelas bicicletas, mas dá gosto vê-los e a melhor maneira de os utilizadores de todo tipo de veículos de duas rodas reivindicarem os seus direitos é fazendo uso da estrada.
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