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Saturday, 4 December 2010

EICMA2010 e a Scuderia Serenissima I

Olha lá. Que fazes em Novembro? (era Setembro)
Começou mais ou menos assim o mail do Vasco a desafiar-me para uma passeata até Milão com um bom pretexto por trás: Visitar a reputadíssima EICMA, uma das maiores feiras mundiais de duas rodas. Não é fácil assumir assim um compromisso a longa distância, mas com a simbiose que temos tido em viagens, a voar baixinho mas em duas rodas, não podia perder a oportunidade. Aceitei, claro e lá começaram os preparativos. O Vasco tratou logo das passagens de avião, low-cost como convém nos dias que vivemos e começou a procura por alojamento. Nunca tinha viajado de avião por menos de uma nota de cem mas fiquei agradavelmente surpreso. Este tipo de viagens tem particularidades que têm de ser respeitadas, é verdade, como por exemplo o limite do tamanho da bagagem, o que me obrigou a uma procura intensa por uma mala que respeitasse a volumetria exigida. Constou-me que são totalmente intransigentes neste aspecto e surpreendeu-me o facto de a oferta comercial destas bagagens de mão ser escassa. Lá consegui resolver o assunto com uma mala emprestada por uma amiga que usa bastante estes voos. Alojamento foi a próxima etapa e uma busca na net e uns telefonemas para uns amigos encaminhou-nos para um certo Hostel e lá fizemos a reserva. Mas este assunto ainda ia ter próximos episódios...
Passamos então a tratar de arranjar veículo para nos deslocarmos em Milano. A intenção de alugar duas Scooters ruiu rapidamente, quando constatamos que lá quase não existe quem alugue estes veículos!! E os que o fazem pedem preços exorbitantes, mais taxa para entregar e levantar no aeroporto, mas taxa por ser domingo, mais taxa para capacete, mais... de tal forma que iríamos acabar por pagar pelas Scooters quase tanto como para alugar um Porsche! Para rematar quando confrontamos a empresa com este facto, ainda tiveram a lata de nos desejar um bom passeio com o Porsche. Lamentável. Ainda mais quando no nosso pequeno país à beira mar plantado, do qual tendemos a ser tão críticos, é fácil e barato este tipo de aluguer como já relatei aqui.
Lá acabamos por reservar um carro, dos mais baratinhos, já agora.
Comboio até Lisboa (que me custou mais que o avião para Milão) onde me encontrei com o Vasco e siga para Milão. O voo saiu à hora e aparte o facto de não existirem lugares marcado no avião, não notei diferenças significativas neste tipo de voo. Basicamente é como uma viagem de camioneta, mas que voava. O pessoal de bordo é prestável, as hospedeiras giras, paga-se para comer ou beber e até lotaria é vendida a bordo. Agradou-me o conceito. Não me agradaram as olheiras do pilto. Enfim.
Na chegada ao aeroporto de Malpensa, dentro do horário, já nos esperava o carro reservado que acabou por ser um Alfa-Romeu Mito Diesel, arrastadeira mode (depois explicamos), estacionado a poucos metros do terminal. Um luxo.

Rapidamente compreendemos a utilidade de um GPS em terras estranhas, sendo que chegamos ao Hotel sem percalços. Hotel que é como quem diz...
O Ostelo AIG Piero Rota é uma imitação fraca das nossas Pousadas da Juventude mas a preços de um verdadeiro hotel. Com uma localização central, local para estacionar e com um aspecto aprazível, até parecia uma boa escolha, mas...
Lá entramos e aguardamos a nossa vez na recepção, igual à bilheteira de uma central de camionagem de província, azulejos de casa de banho nas paredes incluídos, atrás de uma chinesa mais pequena que a mala que transportava mas com atributos que lhe permitiam captar os olhares mais distraídos e de um individuo de sexualidade indistinta e originário não sei de onde, o que nos permitiu ter tempo para olhar em volta. As nossas suspeitas aumentavam. Na parede do "guichet" em vez das chaves dos quartos víamos aluquetes! Sim, aluquetes! Ao fundo a sala de convívio era tal e qual um café dos antigos, com mesas e cadeiras de fórmica e televisor pendurado. Hum mm. Os clientes à nossa frente eram aviados com um aluquete e lençóis num saco de plástico e chegava a nossa vez. Atendidos por um solícito italiano com cerca de 285Kg e uns 2,35m, lá explicamos que tínhamos uma reserva para um quarto duplo !com toalhas!
Concerteza e após pagarmos lá nos deu as chaves do quarto. Não um aluquete, mas sim chaves, explicando que uma era da entrada do estabelecimento, outra do quarto e outra da... casa de banho! Como!? Da casa de banho?! Mau! Lá procuramos o quarto. De passagem vislumbramos uma casa de banho (comum?) onde preferimos não olhar segunda vez. Se dúvidas ainda houvesse a falta de qualidade do quarto foi a gota de água. Três camas de ferro com lençóis e cobertores velhos e surrados, um armário que eram apenas prateleiras sem porta, um suporte de televisor sem televisor, cortinados do mesmo tecido das cobertas, nada de ar condicionado e fazia frio.

Casa de banho, nada! Encontramos a "nossa" casa de banho no outro lado do corredor, sendo que se tratava das instalações sanitárias dos deficientes. Um cubículo de 6 m2 onde se concentravam, jurava eu que no mesmo local físico, a sanita, o bidé e o chuveiro. Só o chuveiro em si. Uma mangueira na parede a atirar água para o chão. De passagem percebemos os aluquetes ao vermos um outro hóspede a abrir um cacifo enorme para onde atirava os seus conspurcados haveres. As paredes do corredor estavam cobertas deles e os outros quartos eram afinal camaratas onde se misturavam odores, raças e sexos.Se quiseres vamos para outro lado, mas já é um bocado tarde para arranjar hotel, não achas?Até achava, mas não o suficiente para conseguir perceber as vantagens de dormir ali em vez de dormir no carro. Saímos e até chegar ao Mito (arrastadeira mode, depois explicamos:)) continuei a abusar da paciência do Vasco, já quase conformado com a falta de condições e disse-lhe que não queria ficar ali.Ok, vamos embora, respondeu-me a rir. A capacidade deste meu companheiro de viagens em alinhar com as minhas sugestões e as minhas irresponsabilidades não cessa de me surpreender. Gracie, amigo.

E agora? Vamos procurar na net com o telefone. Pois sim. Pode ser muito bonito para redes sociais e outras tretas do género, mas tentem lá net a sério num telefone com 4 anos.
Vamos telefonar para as nossas marias e depois de as deixarmos gozar com a nossa situação uns vinte minutos elas vão ajudar-nos por certo. E ajudaram! E gozaram, muito e por muito tempo.
Mas a verdade é que rapidamente tínhamos o recepcionista do Ibis Milano á nossa espera. Ficou provado que atrás de um grande homem está uma grande mulher. Obrigado Graça, Obrigado Rita.
Dali ao Hotel foram 5 minutos, mais uma vez graças ao GPS e num ápice estávamos convenientemente instalados e prontos para ir jantar.
 
Eram duas da manhã mas acho que por vezes atraímos a sorte. Não tínhamos andado mais de três quarteirões, quando nos surge uma verdadeira Trattoria Italiana, aberta e com aspecto acolhedor, cheia de scooters á porta, onde nos serviram as melhores pizzas que já provei. O ambiente era totalmente latino e nem apetecia sair. Mas eram três e meia e amanhã havia feira.
O acordar foi cedo:
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Até amanhã... ou depois.

Sunday, 6 June 2010

1.924 Km's

De pura diversão e em excelente companhia.
Mais de metade foram por aqui:



Assim que acabar de aspirar a casa, lavar e passar a roupa, arrumar a cozinha, dar banho ao cão e passar a escada a pano falamos com mais pormenor.
Sim, porque estas brincadeiras pagam-se :)

Wednesday, 26 May 2010

LaL em TA


Como alguns já sabem este ano vou fazer o Lés a Lés com a Honda Transalp.
Pois, desta feita decidi, mesmo correndo o risco de achar a passeata pouco mais que uma saída para o café... ou não, que à Heinkel não lhe estava a apetecer encher de novo os pulmões com o pó da serra do Caldeirão, entre outras.
Depois de conversar com ela, acertei que desta feita seria a Transalp que me levaria em tão agradável viagem.
Tenho estado então a tratar de a equipar (leia-se pendurar) alguns acessórios que me poderão ajudar na viagem.
Ora espreitem lá:

Está exagerado?
Nãããããã
Nem tem malinhas de electricista nem nada...

Wednesday, 14 April 2010

12º Portugal de Lés-a-Lés - Moviflor



Adesão superou todas as expectativas e ultrapassou os 1000 participantes
Inscrições esgotadas!
Prova avassaladora do fascínio criado pela maior maratona mototurística da Europa, o 12.º Portugal de Lés-a-Lés/Moviflor atingiu o número máximo de aventureiros! E isto quando faltava ainda mais de um mês para a data limite de inscrições...São números de um sucesso ímpar! Na 12.º edição da grande aventura mototurística a organização foi obrigada a fechar as inscrições mais cedo do que o previsto, depois da entrada de mais de 1100 pedidos de inscrição na sede da Federação de Motociclismo de Portugal. E isto com um mês de antecedência em relação à data prevista no regulamento, 17 de Maio, prova mais que evidente do fascínio de um evento único!A maratona que, ao longo de mais de uma década, atravessa Portugal Continental pelas mais pitorescas e desconhecidas estradas e caminhos bate, assim, o anterior recorde de inscrições, ampliando a caravana que, entre 3 e 5 de Junho, ligará Faro ao Porto, com passagem em Cuba, Sintra e Lousã. Garantia de animação acrescida num percurso que, novidade, terá o concelho ribatejano de Benavente como anfitrião do lanche da primeira etapa deste 12.º Portugal de Lés-a-Lés/Moviflor.Um sucesso de adesão conseguido, também, graças ao envolvimento directo da BMW Portugal no evento integrado na comemoração do 20.º aniversário da entidade federativa, ligando os concelhos onde estão sedeados alguns dos motoclubes fundadores. Um trajecto surpreendente delineado pelos elementos da Comissão de Mototurismo da FMP e que promete festa rija aos motociclistas nacionais e estrangeiros que não enjeitam uma oportunidade única de conhecer melhor um País com excelentes condições (e paisagens deslumbrantes...) para viajar de moto.

Gabinete de Imprensa Portugal de Lés-a-Lés [12-04-2010 23:31:55]
Em breve coloco aqui as preparações do meu veículo para o LaL deste ano.

Sunday, 21 February 2010

Scuderia Serenissima II



Teve hoje lugar na loja da Moviflor da circunvalação do Porto a apresentação do 12º Lés a Lés.
Ainda não tinha tido a oportunidade de assistir a nenhuma destas apresentações pois eram sempre longe de mim, mas desta vez foi mesmo em casa.
Calculo que cerca de uma centena ou duas de motociclistas marcaram presença, ávidos de conhecer alguns pormenores deste grande passeio mototurístico que pela terceira vez vai percorrer o país no sentido Sul-Norte.
No dia 3 de Junho o Largo de S. Francisco em Faro vai ter um parque fechado onde serão realizadas as verificações técnicas e documentais e de onde partirá o prólogo para nos levar pela Ria Formosa (ou perto), por Estoi, Sta Bárbara de Nexe e Serra do Caldeirão.
Na manhã seguinte, o arranque da primeira etapa vai-nos levar pela Serra Caldeirão à Ribeira de Vasconcilhos e outros cursos de água onde estaremos autorizados a molhar os pés e até Cuba onde almoçaremos. Em direcção ao Ribatejo por Stº Estevão sendo o Tejo atravessado mais a norte de Lisboa até ao palanque no largo da feira em Sintra onde o jantar será servido a 3 ou 4 Km’s desta localidade.
No dia seguinte a viagem para o Porto será feita de cume em cume de serras como o Socorro, Montejunto, Aires e Candeeiros, por Ourém e Figueiró dos Vinhos, Lousã onde se almoçará, Buçaco, Caramulo, Freita, Freixo da Mizarela, Arouca, Castelo de Paiva, Entre-os-rios, Freixo do Porto pela marginal até à Ribeira do Porto, R. Restauração, Cordoaria, Clérigos, Av. Aliados onde teremos o palanque nos Paços do Concelho. O local deste jantar não foi divulgado.
Eu já deixei lá a minha inscrição, sendo que vou de novo fazer equipa com o Vasco e a sua CN250. Para não ser ele o único a ir de Honda, resolvi dar descanso à minha incansável Heinkel e levo uma Honda TransAlp... Os meus amigos Scooteristas saberão concerteza desculpar-me :)

Sunday, 6 December 2009

Scuderia Sereníssima


Poque agora chove, sabe bem recordar o calor:
Queria contar o Lés-a-Lés, mas afinal o Lés-a Lés não se conta... sente-se.
Sente-se na alegria, sente-se na aventura, sente-se na dor, no frio e no calor, sente-se na pena, no orgulho e no desafio, sente-se na paz, na luta e na chegada. Neste nosso país de contrastes, o LaL consegue, com apenas algumas horas de permeio, levar-nos do mais recôndito cantinho serrano onde cada aceno simboliza um sorriso, para a urbe de trânsito, poluição e desenvolvimento, de altitudes de 1500 m para o profundo vale, da neblina de sombras frias para o ar tórrido que nos desafia a tirar o casaco.
Deixa-nos na memória a beleza selvagem da natureza em bruto e a criança da aldeia que sorri ao ver passar a caravana por de momento único se tratar. Sucedem-se caminhos de terra, estradas esburacadas, trilhos e alcatrão esbranquiçado. Misturam-se motos equipadas para irem ao Alasca com pequenas motorizadas que em tempos faziam suas estas passagens, scooters modernas com máquinas clássicas. Fazem-se Km´s por causas, revêem-se amigos e desafiam-se limites. Deixam-se em alvoroço lugarejos e em festa aldeias. São duas etapas que para muitos é uma volta a Portugal. Uns encontram a oportunidade para tirarem a sua máquina da garagem e devolvê-la ao seu habitat, outros apenas intensificam a sua utilização quase diária. Mais do que os motores, é a inter ajuda dos motociclistas não só portugueses, mas também espanhóis, franceses, alemães e angolanos, que ajudam a transpor serras e vales. Se se gosta de sensações e sentimentos fortes, o LaL é a escolha certa, mas cuidado, após experimentarem facilmente ficarão viciados e sem conseguir deixar de repetir. Eu que o diga pois após completar com sucesso (e muito atraso) a passeata do ano passado, lá voltei a instalar o leitor de Road-Book e o conta Km´s digital, preparei o saco e perguntei à minha máquina preferida, uma Heinkel Tourist 103A1, com a respeitável idade de 49 anos, se lhe apeteciam 2000Km’s. Ela nem hesitou em aceitar e depois de chegar o Vasco, já com 300Km’s em cima na sua pré-clássica Honda Helix, lá seguimos juntos para Boticas onde se iniciou este 11º LaL. Formávamos uma equipa diferente, com a soma da idade das máquinas a chegar aos 64 anos mas com a ideia da reforma ainda longe. Já com a logística antecipadamente tratada e após jantar e pernoita em Amarante, passamos o Marão ainda com as sombras frias de um aguaceiro nocturno, chegando a Boticas pelas 9:00h. Mesmo a tempo das verificações técnicas e atribuição do número de equipa. “Three is a magic number”, canta Jack Johnson e nós não poderíamos estar mais de acordo. Com o número de equipa 3 atribuído, dirigimo-nos à Casa de S. Cristóvão, um alojamento de turismo rural a 50 metros do palanque gerido por gente muito simpática e disponível, onde nos foi atribuído o quarto número...3. Saída para o Prólogo, um périplo servido sempre no dia anterior a esta prova, pelas serranias do Barroso e aldeias do concelho, mostrando-nos maravilhas como o relógio de sol em Alturas ou o forno comunitário de Covas do Barroso.
Regressados com algumas baixas na comitiva, tal foi a dureza do passeio, a tempo de recebermos a grande surpresa do dia com a visita do Paulo Salgado na sua Heinkel, que terá afirmado à mulher quando saiu de Guimarães que iria dar uma volta para carregar a bateria! Obrigado pela tua presença, repetida na madrugada seguinte, dessa vez acompanhado pelo Eusébio. A vossa força surtiu efeito. Ainda tempo antes do jantar oferecido pela câmara municipal de Boticas para assistir a uma chega de bois, que eu até à altura não fazia a mínima ideia do que se tratava, onde ficou célebre o comentário, dito com entusiasmo por um verdadeiro fã local da actividade, “Grande boi, isto é que é um boi”!!
Pelas sete da manhã do dia seguinte, iniciamos a 1ª etapa que nos levaria a atravessar o Douro vinhateiro e as Beiras, pela rota histórica do Barroso à Beira Raiana em 11 horas e meia de condução a completarem uns tortuosos 412 Kms. Fomos a segunda equipa a partir, fotografados de imediato pelo Paulo e Ozébio, uma vez que a equipa 1 foi forçada a desistir devido a um infeliz despiste no dia anterior. Assumimos de imediato a liderança da caravana e graças à boa coordenação entre mim e o Vasco, mantivemo-nos durante quase todo o dia nos lugares da frente. Passagem por Pedras Salgadas e pelo Tâmega a caminho de Tresminas, exploração aurífera do tempo dos romanos, café oferecido pela câmara em Murça, seguindo por Linhares e Ansiães, com o Douro por companhia no cachão da Valeira enquanto que a subida da temperatura fazia já adivinhar a canícula que nos acompanharia até Olhão. Passando por Ranhados a “Scuderia Sereníssima” chega a Mêda para o almoço oferecido por esta câmara, a cumprir religiosamente o horário estabelecido. Retemperadas as forças e confortados os estômagos seguimos por Marialva, Pinhel, Malhada Sorda e Castelo de Vilar Maior. No Sabugal esta câmara municipal brindou-nos com um lanche servido em Alfaiates e rapidamente rumamos a Castelo Branco por Sabugal e Sortelha com passagem ainda pelo Fundão.
Entrada em Castelo Branco, onde chegamos 5 minutos antes da nossa hora, permitindo-nos ser os primeiros a subir ao Palanque! Sim, a “Scuderia Sereníssima” comigo e com o Vasco, com uma Heinkel e uma Helix que em conjunto somavam quase a idade da reforma chegou a Castelo Branco em primeiríssimo lugar entre 874 motociclistas!
Durante o completo jantar ofertado pela câmara albicastrense, estivemos à conversa com a equipa 39, o Outeiro e o Fontes, estreantes nestas andanças, mas que souberam levar a cabo com sucesso a passeata e ainda nos acompanharam no regresso a casa.
A madrugadora partida da segunda etapa foi dada às seis horas e meia com o tempo já quente apesar de encoberto. Aguardavam-nos 508 ardentes Km´s até Olhão, por um interminável Alentejo tórrido.

Travessia do Tejo em Portas do Ródão, com o calor a aumentar à vista dos sete metros de altura do menir da Meada. A Serra de S. Mamede começa a pôr à prova a capacidade de refrigeração dos travões das máquinas, com a Heinkel a portar-se bem nas acelerações entusiasmada pela Helix do Vasco que seguindo sempre uns 50 metros à frente, permitia-me avaliar antecipadamente as curvas e aproveitar assim ao máximo os 9,5Cv do motor da Heinkel. Ajudou aqui também muito o sistema de intercomunicadores com que nos equipamos, com o Vasco a relatar a estrada que me esperava. Seguiu-se Flor da Rosa, Crato, Alter do Chão e Veiros com o seu belo pelourinho em mármore, Borba e Vila Viçosa, Alandroal e Mourão.
Chegados à nova aldeia da Luz, talvez a única no país com ar condicionado no tasco local, tempo para uma salada fresca a servir de almoço. Os parabéns à câmara de Mourão pela escolha. Com o calor sempre a aumentar, um vislumbre à saída de Amareleja da maior central foto voltaica da Europa e entrada em Moura onde eu já não ia há mais de 20 anos. O termómetro marcava para cima de 40ºC! Serpa e a dura descida ao Pulo do Lobo... que tivemos de voltar a subir. Finalmente na fronteira com o Algarve, através da ribeira do Vascão, caminho muito duro e onde sentimos algum orgulho em a termos atravessado sem sobressaltos, ao invés da algumas trails que estariam, em principio, no seu habitat natural. Seguiu-se a Serra do Caldeirão, poeirenta e quente, a parte mais difícil para mim, feita sem travão de trás e com o da frente tão quente que a sua actuação quase não se notava. Valeu-me o valente motor de 4 tempos da Heinkel, com algumas reduções e entradas em curva a serem feitas de forma mais brusca que o aconselhável. A ponte romana de Quelfes anunciou-nos a proximidade do final que já ansiávamos em atingir. Entrada em Olhão, para nós triunfal, apenas uns 15 minutos após a hora ideal e subida ao palanque de imediato. Num cenário de festa onde ficam os agradecimentos à câmara desta cidade, elogiados por todos, entrevistados pela televisão e imprensa da especialidade, conseguimos nesta maratona provar a capacidade multifacetada das Scooters e de uma equipa motivada e organizada.
Obrigado à organização e em especial ao Ernesto Brochado, bem como ao meu companheiro de equipa, o Vasco.