Tuesday 23 February 2010

O Desenlatado Determinado



Andar de Scooter é bom.
Muitos automobilistas têm nos últimos tempos experimentado o prazer que julgavam para sempre perdido da mobilidade citadina. Alterações na legislação e maior consciência ambiental têm contribuido para esse despertar de consciências.
Agora alguém se esqueceu é de os avisar do factor dependência. Sedutor, como qualquer dependência, este vício de estacionar a 10 metros da secretária e sair de casa muito mais tarde que o habitual começa a fazer das suas e alheios à teima de S. Pedro em nos brindar (literalmente) com vários copos de água bem cheios, ex-enlatados-recém-desenlatados, como o piloto desta Sym, meu colega de trabalho, fez-me corar de vergonha ao aparecer ontem e hoje em pleno coração da Baixa do Porto moto-mobilizado.
Eu, já com alguns anos de dependência e mais auto-controlado, não fui de scooter.
Não, não. Não se preparem para me insultar. Eu fui de Metro.

Monday 22 February 2010

More Power!


Estão a imaginar o Jeremy Clarkson a conduzir o mais recente mega-hiper-desportivo de 12 cilindros e 600 cavalos, a toda a velocidade pela pista do aeródromo onde se filma o Top Gear, a berrar o costumeiro "More Poweeeer!!!" enquanto faz derrapagens e caretas? Estão?

Não tem nada a ver.

Uma vantagem dos motores a dois tempos é a possibilidade de efectuar alterações de forma relativamente simples e barata, de modo a obter performances mais musculadas, melhor arranque, mais velocidade de ponta ou mais força a baixas rotações, tudo ao gosto do proprietário. Muitas Vespas clássicas andaram anos a tomar esteróides e apresentam agora capacidades que a sua genética não fazia prever.


Mexer em motores 2T é uma ciência inexacta e mesmo que seja possível antever o que se pode ganhar com determinadas alterações no escape ou carburador, por exemplo, há sempre um determinado preço a pagar por essas modificações, normalmente nos consumos e na fiabilidade. Há proprietários de LML a 2T (nestes dias começa a ser necessário estabelecer a diferença para as outras) que se queixam de performances relativamente asmáticas das suas montadas. As LML estão limitadas pelos seus filtros de ar e pelo catalisador, que são aliás os elementos que permitem que se encontrem à venda (homologação EURO 3).

Há alguma forma simples de conseguir "more power" na LML? A resposta imediata é sim: Remover/alterar os filtros de ar, dar uns toques no carburador e trocar o escape por um semelhante, mas sem catalisador. Ganhos de 30 a 40% de potência e velocidade máxima a ultrapassar os 100km/h (numa LML 125) são possíveis. No fundo trata-se simplesmente de aproximar a mecânica de uma LML às suas origens, às PX's dos anos oitenta. Tudo isto é do conhecimento geral (por quem se interessa pelo assunto), a novidade é que podem encontrar legalmente aqui, a reportagem de 2008 da Scootering, que experimentou o processo numa LML de ensaio. Simples e barato. E tentador.

É claro que há um "mas". Há sempre um "mas", e o desta historia é que as alterações podem dar cabo da garantia, e as LML (e as PX, e demais Vespas) têm certos limites dinâmicos impostos pelo chassi, o tamanho das rodas, a distancia entre eixos, etc. Conduzi-las a velocidades acima dos 90 km/h é uma aventura. Por fim, em termos ambientais isto é um desastre, a LML ficará com a performance de uma PX dos anos oitenta, mas também poluirá como uma PX dos anos oitenta. E, maroscas à parte, o fim do catalisador motivará um chumbo redondo nas futuras inspecções de motociclos. Apesar de tudo, eu tenho que admitir que ando a ser tentado por este lado negro da força...

Sunday 21 February 2010

Scuderia Serenissima II



Teve hoje lugar na loja da Moviflor da circunvalação do Porto a apresentação do 12º Lés a Lés.
Ainda não tinha tido a oportunidade de assistir a nenhuma destas apresentações pois eram sempre longe de mim, mas desta vez foi mesmo em casa.
Calculo que cerca de uma centena ou duas de motociclistas marcaram presença, ávidos de conhecer alguns pormenores deste grande passeio mototurístico que pela terceira vez vai percorrer o país no sentido Sul-Norte.
No dia 3 de Junho o Largo de S. Francisco em Faro vai ter um parque fechado onde serão realizadas as verificações técnicas e documentais e de onde partirá o prólogo para nos levar pela Ria Formosa (ou perto), por Estoi, Sta Bárbara de Nexe e Serra do Caldeirão.
Na manhã seguinte, o arranque da primeira etapa vai-nos levar pela Serra Caldeirão à Ribeira de Vasconcilhos e outros cursos de água onde estaremos autorizados a molhar os pés e até Cuba onde almoçaremos. Em direcção ao Ribatejo por Stº Estevão sendo o Tejo atravessado mais a norte de Lisboa até ao palanque no largo da feira em Sintra onde o jantar será servido a 3 ou 4 Km’s desta localidade.
No dia seguinte a viagem para o Porto será feita de cume em cume de serras como o Socorro, Montejunto, Aires e Candeeiros, por Ourém e Figueiró dos Vinhos, Lousã onde se almoçará, Buçaco, Caramulo, Freita, Freixo da Mizarela, Arouca, Castelo de Paiva, Entre-os-rios, Freixo do Porto pela marginal até à Ribeira do Porto, R. Restauração, Cordoaria, Clérigos, Av. Aliados onde teremos o palanque nos Paços do Concelho. O local deste jantar não foi divulgado.
Eu já deixei lá a minha inscrição, sendo que vou de novo fazer equipa com o Vasco e a sua CN250. Para não ser ele o único a ir de Honda, resolvi dar descanso à minha incansável Heinkel e levo uma Honda TransAlp... Os meus amigos Scooteristas saberão concerteza desculpar-me :)

Friday 19 February 2010

Vespa World Days 2010

O Scooterismo Nacional afinal sempre existe.
Alicerçados principalmente numa marca, a Vespa, começam a ter lugar em Portugal eventos de escala transfronteiriça.
Não fosse já Fátima universalmente conhecida, mais ficará com a realização do Vespa world Days 2010. Um evento onde se pretende juntar entusiastas destes magníficos veículos em quatro dias de passeios, actividades e mostras.
De 1 a 4 de Julho apareçam


Wednesday 17 February 2010

Scoopy-i?

Lembram-se da minha Honda SH 125, também conhecida como Scoopy? Essa recordista de vendas na Europa (Portugal não é Europa, já se sabe) deixou saudades. A minha namorada hoje mencionou a hipótese de comprar uma. Fiquei admirado e a conversa trouxe algumas inevitáveis recordações. Mais sobre esse assunto quando houver novidades concretas. De qualquer forma, parece que "latas velhas" tipo Vespa ou LML é que não são com ela. Enfim...

Uma pesquisa na web para me por a par dos preços e características das actuais Scoopy's vendidas em Portugal trouxe também algumas descobertas. Ao longo dos anos e nos mais variados mercados onde a Honda vende scooters, o nome "Scoopy" tem sido associado a modelos que não correspondem exactamente aquela imagem a que estamos habituados por cá. Um deles parece-me particularmente curioso.

Assim, como sou um tipo com demasiado tempo livre nas mãos, deixo-vos com fotos da Honda Scoopy-i, da Tailândia (penso). Um pequeno passo para um blogger, um grande passo para o scooterismo:






Imagens: Honda

Monday 15 February 2010

Não estou aqui para enganar ninguém

Por um lapso meu, as médias de consumo relatadas recentemente têm um pequeno erro. O valor correcto é de 3,09 l/100km. A diferença não é grande, mas pode ser relevante para alguns. Sobre a velocidade máxima (em plano), 87 km/h, convém recordar que sou um tipo a rondar o metro e noventa de altura e algo (cada vez mais) pesado, pelo que as scooters comigo nunca chegam a atingir as mesmas performances que outros obtêm.

Por fim, uma pergunta. Mas quando é que para de chover??!!!*

* Para os menos experientes e recém autorizados a circular numa 125, informo que a meteorologia em Portugal não costuma ser tão desagradável para a condução dos nossos pequenos motociclos carroçados e que este inverno está a ser particularmente... chato!

Mais bricolage


Trabalhos manuais. Não é bem o tipo de coisa que me interessa por aí além, até por que acho que não tenho muito jeito, mas a Indiana é uma máquina extremamente simples, para os padrões actuais, e isso leva a que uma pessoa meta as mãos na massa.

Desta vez propus-me substituir uma peça do porta-couves dianteiro, um dos apertos laterais, que tinha desaparecido misteriosamente, sem deixar rastro, inviabilizando o uso do suporte. Seguindo instruções da malta do sítio do costume, dirigi-me a uma loja de ferragens com o ferro que sobrava e pedi que me arranjassem alguma coisa equivalente. No SIP tinham-me indicado um kit de substituição, este, por "apenas" 20 Euros mais portes. Eu achei um preço assim um tudo-nada excessivo. Os dois ferrinhos com porcas de orelhas da loja de ferragens custaram-me 1,20 Euro. O pior é que eram rectos como as estradas do Alentejo, assim um bocadinho diferentes da peça original...



Meia hora de trabalho depois, com a ajuda de um torno e uma serra de metal, um deles ficou assim:



Não está mal para o senhor zero à esquerda em bricolage. E não é que funciona perfeitamente?

Thursday 11 February 2010

Em Fevereiro...não quero estar enfiado no estaleiro.



Pois é meus amigos, Fevereiro já esta ai, o mês do Carnaval, dos reis Magos e essas tretas todas. Mas o nosso ano modernista, traz-nos outros momentos, é o mês de lançamento para o novo álbum dos The Poppers. E vamos estar com eles, nesta data querida para anunciar ao mundo, mais um punhado de temas cheios de garage rock e refrões a la Kinks. Os rapazes dos Olivais, fartaram-se de suar no final do Verão passado e chegam agora com um punhado de novos temas bombásticos, capazes de fazer cair um governo, ou mesmo afujentar os cães mais danados da vizinhança. Os novos temas "Up with Lust", alguns já são os novos hinos aqui do gangue, vão ser mostrados, com todo o brilho e luxúria que merecem, "ao vivo" no palco do Cinema São Jorge, no dia 20 pelas 21.30 e depois do concerto...

Nesta mesma noite, vamos receber os convidados e amigos da banda, The Poppers, para uma muito especial After Party. Aos comandos do nosso moderno sistema sonoro, uma convidada muito especial, dj Verushka. Jovem menina, viajada, cheia de estilo e dotada de um conhecimento intrínseco das melhores tradições do garage rock e ainda o nosso Professor X, que consta, desta vez não vai dar a revisão das matérias passadas. Segundo o próprio, vai brindar-nos com "matéria nova" e uns esquemas esquisitos, mas de fácil e rápida assimilação. Uhh... Tragam os cadernos de apontamentos! E calçado leve...a "partir" da meia-noite no lugar habitual, o nosso Europa ao Cais do Sodré.

As scooters têm lugar marcado, junto a porta, ou no largo do Cais do Sodré.

Thursday 4 February 2010

Uma novidade interessante


Foto: Honda

Ando há uns dias a tentar perceber quando é que este modelo virá para Portugal. Não faço ideia, mas trata-se da Honda PCX, uma nova scooter 125, de injecção electrónica e refrigeração líquida, fabricada na Tailândia. E que tem de especial esta pequena Honda? Além de ser uma espécie de mistura entre o desenho de scooter convencional (tipo PS 125i) e uma pequena maxiscooter (tipo S-Wing 125), a PCX anuncia um sistema que desliga o motor quando a scooter está imobilizada, por exemplo num semáforo. Esta inovação, muito semelhante ao que existe já em alguns espécimes do mundo automóvel, permite à pequena scooter japonesa (ou Tailandesa??) consumos da ordem dos 2.0 litros aos cem quilómetros. Dois litros! A confirmar-se este número, e se o preço de venda for contido, tudo aponta para que este venha a ser mais um modelo de sucesso no novo mundo das 125. Não é uma scooter eléctrica, nem a hidrogénio, mas parece-me um passo no sentido certo.

Extenso vídeo, em estrangeiro, aqui.

Monday 1 February 2010

Dia 139: o relatório


Continuo a registar uma grande curiosidade em redor das LML. Volto a fazer aqui um ponto da situação da minha, uma LML Star Deluxe 150, mais conhecida como "Indiana", comprada em Setembro de 2009 e a qual não foram efectuadas nenhumas modificações. Ah... Bom, eu troquei os pneus, coisa que recomendo a quem receba uma LML equipada com borrachas oriundas da terra das vacas sagradas.



Não tenho feito quilómetros dignos de nota, o tempo tem ajudado a manter a scooter longe do asfalto mais do que o habitual. Mas fiz algumas descobertas que vale a pena partilhar. A primeira não é propriamente uma surpresa: transportar um pendura na LML por distancias extra-urbanas revela-se penoso. Fazer subidas em segunda, em estrada aberta, com o motor a gritar de esforço, é capaz de não ser boa ideia. Por vezes a sensação de velocidade fazia-me pensar se não estaria a andar de bicicleta...



Mas se o motor se queixa (e não pouco!) o resto da pequena emigrante do subcontinente não mostra sinais de fraqueza. A suspensão sempre me surpreendeu pela positiva, o pisar é firme e confiante, os inevitáveis buracos no pavimento irritam mas não intimidam, o comportamento parece limitado "somente" pela distancia entre eixos e as reduzidas dimensões das rodas. A dois esta solidez continua a convencer. A travagem é suficiente para evitar sustos, mas mesmo a solo é melhor antecipar problemas e obstáculos do que mais à frente tratar de os evitar.

O factor "old school" tem se manifestado de vez em quando na Indiana. Mesmo sendo uma scooter nova, já tive de recorrer diversas vezes ao estojo de ferramentas. A luz traseira, por exemplo, dá-se mal com as subidas e descidas em empedrado que abundam nos bairros históricos da capital. Por vezes recorre mesmo a esse recurso derradeiro do trabalhador revoltado: a greve. Nunca fundi nenhuma lâmpada, parece haver só um mau contacto que eu não consigo localizar e que acaba sempre por se resolver sozinho, mas só depois de eu ter desmontado meia scooter e espalhado ferramentas por todo lado, para entretenimento dos transeuntes.



Depois há a questão dos espelhos. Ando a travar há algumas semanas uma batalha (perdida) com a ferrugem, que parece querer tomar conta dos cromados das hastes. Já recorri ao WD40 e o seu primo BALA, mas de pouco serviu. Um pouco de polish resultou melhor, eliminando todos os vestígios, mas a ferrugem regressa rapidamente. Neste momento os espelhos estão assim:








Este problema é exclusivo dos espelhos, felizmente! Os números:

Km percorridos: 2607
Média de consumo: 3,32 l/100km
Velocidade máxima em plano (velocímetro): 87 km/h

Uma questão de peso


Não sei se alguém já fez esta reflexão. Ao contrario do que possa pensar o típico enlatadus vulgaris, a scooter é o verdadeiro veículo de comodidade total. De tal maneira que permite sempre estacionar à porta de casa, e do destino, qualquer que ele seja. Sempre. De todas as vezes. Mesmo.

Esta vantagem, uma entre muitas, traz consigo algumas consequências imprevistas. Eu tenho notado um certo aumento da massa corporal nos últimos tempos. Divido as culpas entre um sedentarismo crescente (a combater com todas as forças!) e o uso continuado dessa máquina do prazer que é a scooter.

Talvez pensem que estou a ser injusto, mas imaginem todos os troços que uma pessoa deixa de fazer a pé quando se desloca de scooter. Começa logo de manhã: eu saio de casa pela garagem e já estou em cima da Indiana. Chego ao destino e paro tipicamente a 10 metros da porta, se não for menos. O ciclo repete-se na maioria dos dias, já lá vão mais de 3 anos. As calorias não gastas começam a fazer-se sentir.